Recentemente encontrei uma publicação
do João Oliveira no Facebook, onde convidava os diversos “facebookianos” para participar num questionário com o tema “Diagnóstico
da visão do basquetebol Português”.
Antes de responder ao dito
questionário fui ler qual era a visão da Federação Portuguesa de Basquetebol
(FPB), no seu site. Lembro-me de a ter lido há uns anos e como tal achei útil
voltar a fazê-lo.
Encontramos a visão na área das
linhas orientadoras. O referido separador apresenta de início um texto sobre as
linhas orientadoras da FPB, seguido de um separador com a missão e visão, estas
incluídas no mesmo texto, o que não me parece ser uma boa solução, contribuindo
para uma confusão desnecessária, seguido de um terceiro separador com a menção
dos valores porque se rege a FPB.
Não me parece que esta seja a
melhor forma de apresentar alguns dos traços identitários da FPB, que são
responsáveis pela construção da cultura organizacional, mas se pensarmos que a
missão e a visão da maioria das organizações usam as mesmas palavras somente
diferindo a ordem delas talvez a relevância desta forma de apresentação seja,
no meu entender, mais uma questão formal do que outra.
Porque para mim o importante é qual o propósito de uma marca, e neste
caso qual o propósito do basquetebol
que deve ser apoiada na visão.
Este é um conceito que eu tenho
defendido nos últimos anos e que cada vez mais as marcas começam a usar e que em
muito depende da liderança, da sua visão, da sua capacidade de gerir as equipas
de trabalho, da capacidade de inovar e por fim da gestão em todas as outras
áreas.
Qual
o propósito do basquetebol?
Se pensarmos que a FPB é uma
organização inserida na indústria desportiva e do entretenimento, qual a visão e o propósito do
basquetebol?
E
de qual basquetebol? O da Liga Portuguesa de Basquetebol? O da Liga
Feminina? O das competições secundárias, de masculinos ou femininos? O da
formação? O do minibasquete? Do basquetebol de cadeira de rodas? Dos eventos?
E isto é deveras importante
porque qualquer que seja a visão de uma organização (FPB), se não estiver
focada nos seus diversos stakeholders,
dificilmente será uma organização capaz de ser uma organização de sucesso.
Tal como a organização, a marca
basquetebol tem de ter igualmente um propósito. Sem um propósito claro e inovador qual é a relevância do basquetebol?
Se por exemplo uma equipa deixar de existir o que é que se perde? O seu
desaparecimento pode não causar um vazio ou rapidamente ser ocupado por outro
tipo de desporto (neste caso) como alternativa e sem causar um sentimento de
tristeza ou dor junto dos adeptos ou mesmo comunidade.
O
propósito nasce assim da alma da organização, do seu líder e inspira o sonho
(visão) que fez nascer a sua presença.
Propósito é o que nos deve mover no dia-a-dia, nos faz acordar bem-dispostos por ir trabalhar
em algo que é importante e relevante para cada um de nós, acreditando que com as nossas ações estamos a
contribuir de forma ativa para um basquetebol
melhor e uma melhor cidadania
dos nossos clubes, treinadores, jogadores e juízes.
Propósito é como a FPB e o
basquetebol pretende contribuir para uma
sociedade melhor e capaz de formar homens e atletas, de competições mais
organizadas, com maior equilíbrio, sustentável financeiramente, apresentando um
espetáculo, e que é inspirada pelo sonho do porquê que existimos enquanto
organização.
Mas o propósito de uma marca tem de estar associado às pessoas, e investir nelas é primordial, despertando
paixão e emoções junto de todos os stakeholders
da indústria desportiva e não só do basquetebol.
E toda a ação deve estar apoiada num plano estratégico que
permita definir os caminhos a
percorrer para alcançar os objetivos
sejam eles de curto, médio ou longo prazo, medindo cada ação, o que permite
tomar decisões com base em dados e não em suposições ou perceções, sendo
um documento orientador de toda a ação.
Temos de ser capazes de analisar com base em números concretos para depois
tomar a melhor decisão possível e verificar se a visão e o propósito estão
alinhados com a realidade.
Será
que o basquetebol português tem uma visão e um propósito claro apoiado num
plano estratégico?
Será
que estão alinhadas com os objetivos a alcançar?
E
que objetivos são esses?
Para que o basquetebol seja uma modalidade relevante na indústria
desportiva, e tenha uma visão que nos dê uma ideia clara do se pretende ser
no futuro, e um propósito junto de todos os stakeholders,
devemos envolver as pessoas por
forma a sermos capazes de “construir
juntos o amanhã”.
por António Pereira
6-05-2019
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