Apontando
a empatia como o “nosso radar social”,
Daniel Goleman define esta nossa competência como, “darmo-nos conta do que sentem
os outros sem que estes o cheguem a dizer por palavras”.[1]
E ser capaz de captar estes sinais emocionais
resulta especialmente importante nas situações em que aqueles com quem nos
relacionamos têm motivos para ocultar os seus sentimentos e reações. Ora
tal capacidade exige-nos consciência de nós mesmos e autocontrole. O que
não é difícil de imaginar quanto, (quase todos nós!) temos dificuldades
evidentes em o conseguir. E se não temos a capacidade de darmos conta dos
nossos sentimentos ou, pelo menos, se não tivermos a capacidade de os antecipar,
ou conviver com eles, jamais poderemos chegar a ser empáticos. Se estamos em
determinadas circunstâncias demasiado ocupados em perceber as nossas próprias
emoções e sentimentos, obviamente, pouco ou nada anteciparemos acerca das
emoções dos outros.
Ora
está hoje perfeitamente comprovado através das investigações neurocientíficas
mais recentes que, as noções da perceção empática não são mais apelos vagos
assentes em noções românticas da imaginação, mas sim hoje solidamente
fundamentadas de um ponto de vista neurológico…. As investigações sobre o
sistema dos neurónios espelho demonstraram que a observação de uma ação
estimula a ativação de zonas do cérebro utilizadas na realização desse mesmo
movimento. Assim, observar alguém a fazer uma determinada ação ou a dotar uma
determinada atitude ou comportamento, estimula no observador um sentimento
propriocetivo dessa ação que, leva à respetiva imitação…[2]
E
aqui reside para o basquetebol português o grande desafio do futuro!
Dizer,
não é mais suficiente!
É
preciso fazer e ser um bom exemplo, capaz de levar aqueles que nos rodeiam a
pretenderem replicar o que fazemos.
Quantos
estamos dispostos a ser exemplos a seguir?
Ou
simplesmente vamos permanecer naquele estado (bem nosso conhecido!) de dizer
muito… e fazermos pouco?
[1] Goleman,
D. (1999). Radar social. En Inteligencia emocional en la empresa ( pp.169 -
204), Buenos Aires :
[2] Richard
Shusterman, Le corp en acte et en conscience, Presse Universitaires de
Nancy, 2010, página 223