BASQUETEBOL PORTUGUÊS, EMPATIA E EXEMPLO, PRECISAM-SE! – por Jorge Araújo


Apontando a empatia como o “nosso radar social”, Daniel Goleman define esta nossa competência como, “darmo-nos conta do que sentem os outros sem que estes o cheguem a dizer por palavras”.[1]

E ser capaz de captar estes sinais emocionais resulta especialmente importante nas situações em que aqueles com quem nos relacionamos têm motivos para ocultar  os seus sentimentos e reações. Ora tal capacidade exige-nos consciência de nós mesmos e autocontrole. O que não é difícil de imaginar quanto, (quase todos nós!) temos dificuldades evidentes em o conseguir. E se não temos a capacidade de darmos conta dos nossos sentimentos ou,  pelo menos, se não tivermos a capacidade de os antecipar, ou conviver com eles, jamais poderemos chegar a ser empáticos. Se estamos em determinadas circunstâncias demasiado ocupados em perceber as nossas próprias emoções e sentimentos, obviamente, pouco ou nada anteciparemos acerca das emoções dos outros.

Ora está hoje perfeitamente comprovado através das investigações neurocientíficas mais recentes que, as noções da perceção empática não são mais apelos vagos assentes em noções românticas da imaginação, mas sim hoje solidamente fundamentadas de um ponto de vista neurológico…. As investigações sobre o sistema dos neurónios espelho demonstraram que a observação de uma ação estimula a ativação de zonas do cérebro utilizadas na realização desse mesmo movimento. Assim, observar alguém a fazer uma determinada ação ou a dotar uma determinada atitude ou comportamento, estimula no observador um sentimento propriocetivo dessa ação que, leva à respetiva imitação…[2]

E aqui reside para o basquetebol português o grande desafio do futuro!

Dizer, não é mais suficiente!

É preciso fazer e ser um bom exemplo, capaz de levar aqueles que nos rodeiam a pretenderem replicar o que fazemos.



Quantos estamos dispostos a ser exemplos a seguir?

Ou simplesmente vamos permanecer naquele estado (bem nosso conhecido!) de dizer muito… e fazermos pouco?

por Jorge Araújo

Presidente da Team Work Consultores











10-10-2019

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[1] Goleman, D. (1999). Radar social. En Inteligencia emocional en la empresa ( pp.169 - 204), Buenos Aires : 
[2] Richard Shusterman, Le corp en acte et en conscience, Presse Universitaires de Nancy, 2010, página 223