Terminou recentemente a fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2021, em seniores femininos, na qual Portugal não conseguiu, uma vez mais, terminar em lugar de apuramento, fechando esta prova que antecede a fase final com 1 vitória e 5 derrotas.
Exatamente
os mesmos números já tinham sido alcançados nas fases de qualificação de 2019 e
2017: 1 vitória e 5 derrotas. Pior, só mesmo em 2013, quando Portugal concluiu
aquela etapa competitiva somando por derrotas todos os encontros disputados: 8
derrotas.

O ano
de 2015 foi o melhor para as cores nacionais, ao conseguirem 2 vitórias e 4
derrotas na segunda fase de qualificação, tendo na fase seguinte perdido os 3
jogos, o que perfaz um total de 2 vitórias e 7 derrotas.
Desde há
alguns anos que a Federação Portuguesa de Basquetebol tem apoiado fortemente o
basquetebol feminino, convencendo os adeptos da modalidade de que, na sequência
do trabalho nos escalões jovens, se alcançariam bons resultados internacionais com
as seniores e de que, assim, seria mais fácil encurtar distâncias para os
restantes países – na teoria estariam corretos...
Recorde-se
os investimentos no CAR Jamor e no Centro de Treino do Calvão para exemplificar
a importante canalização de recursos financeiros e humanos da FPB no basquetebol
feminino.
Contudo,
ao nível sénior as vitórias não têm correspondido às expetativas criadas pelos
resultados da formação, de que é o maior dos exemplos o segundo lugar no Europeu
(Divisão A), em sub-16, de 2015 – seis anos passaram, pelo que as atletas já atingiram,
neste momento, o escalão sénior – e a subsequente participação no Mundial (!),
em sub-17, no qual Portugal ficou num prestigiante e inédito 12.º lugar.
Depois
de assistirmos a inúmeros triunfos das seleções jovens femininas no ‘santuário’
de Matosinhos, com o Centro de Congressos e Desporto por vezes a apresentar-se
lotado de espectadores, o ciclo iniciado a 17 de julho de 2010 por Ricardo
Vasconcelos na Seleção Nacional de seniores femininos não tem demonstrado resultados
em continuidade, com a equipa nacional a não conseguir dar o salto qualitativo
que se exigiria mediante os resultados anteriores das atletas na formação.
Ao
longo da última década, os resultados da seleção sénior feminina são de 6
vitórias e 35 derrotas em 41 encontros oficiais, o que significa uma
percentagem abaixo dos 15 % de sucesso, o que, por certo, não vai de encontro
àquilo que era esperado por todos, inclusivamente pelos responsáveis federativos
– não acreditamos que se desenvolvam projetos tendo em vista uma taxa de êxito
tão baixa.
Essas vitórias
foram quase sempre conseguidas frente a seleções abaixo de Portugal no ranking
da FIBA, como é o caso da Finlândia (32.ª), Islândia (35.ª), Noruega (42.ª),
destacando-se somente o triunfo no longínquo 2015 contra a Itália, atual 9.ª posicionada
no ranking europeu.
Em 2009,
a seleção portuguesa liderada por Carlos Portugal disputava o então Grupo B, tendo
na fase de grupos obtido 5 vitórias e 3 derrotas, perdendo na fase seguinte com
Montenegro, atual 14.ª posição do ranking.
Em
2007, na mesma competição, Grupo B, os números foram idênticos, 5- 3, em
vitórias e derrotas.
Assim
sendo, importa refletir…
Depois
do sucesso competitivo nos escalões de formação, colocam-se as seguintes
questões:
- A
que nível podemos competir com a Seleção Nacional sénior feminina?
- As nossas atletas evoluíram em igual escala relativamente às adversárias na passagem dos escalões de formação para o nível sénior?
Fonte: Arquivo histórico da FPB
Fonte: Arquivo histórico da FPB
António Pereira, é um ex-jogador e ex-treinador de basquetebol, tendo desenvolvido a função de scouting durante vários anos. É licenciado em Comunicação Organizacional com as especialidades de Comunicação de Marketing e Comunicação de Relações Públicas, Mestre em Marketing e Comunicação e escreve sobre Gestão do Desporto, Marketing e Comunicação do Desporto no blog https://apbasketball.blogspot.com/, no jornal A Bola on-line, entre outros.
#ideiasparaobasquetebol #desporto #basquetebol #basketball #basquetebolportugues #marketingdesportivo #gestaodesportiva #gestaododesporto #marketing #marketingecomunicação #marketingecomunicacaododesporto #industriadesportiva #portugal #apbasketball