Coordenação Motora dos Membros Inferiores Integrado no Treino de Basquetebol – por Filipa Borges

Prefácio

Pretende-se que este documento que ajude os treinadores de Basquetebol a desenvolver a coordenação dos membros inferiores – MI - (trabalho de pés, escola de corrida) dos jogadores, trabalho integrado nos treinos do Basquetebol.

Aqui apresento o trabalho que foi desenvolvido na seleção de sub-14 Femininas de Basquetebol da Associação de Setúbal e Coimbra, desde a época 2013/2014, com o intuito de tornar as atletas mais ágeis, coordenadas, rápidas e bem preparadas fisicamente.

A coordenação motora é a integração econômica e harmoniosa do sistema músculo-esquelético, do sistema nervoso e do sistema sensorial, com a finalidade de produzir ações motoras precisas e equilibradas e reações rápidas e adaptadas a situações que requerem o seguinte: a medida de força que determina a amplitude e a velocidade do movimento; a adequada seleção dos músculos que vão influenciar a orientação do movimento; a capacidade de mudar rapidamente de tensão para relaxamento musculares, complementaram Kiphard e Schilling (1970, apud LOPES et al., 2003).

Tubino (1979, apud SILVA; GIANNICHI, 1995, p. 20) confirma que a coordenação motora é uma qualidade física que possibilita o homem ter consciência da execução, “levando a uma integração progressiva de aquisições, favorecendo a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de uma sequência de movimentos com o máximo de eficiência e economia.”

Estas definições transmitem-nos que ao trabalharmos a coordenação motora, integrada no treino de basquetebol, vamos conseguir direcionar os movimentos dos jogadores de acordo com as condições das tarefas motoras, tornando-os mais eficazes e eficientes.                                                              

O melhor momento para trabalhar a coordenação motora, acontece nas idades infantis e no início da adolescência, no entanto, este trabalho nunca é um trabalho perdido, quando feito na idade adulta, como podemos verificar no quadro abaixo:


O trabalho integrado deve ser desenvolvido levando-se em consideração as perceções visuais, auditivas e sinestésicas, e pode ser desenvolvida também junto às ações físico- técnica e táticas.

Segundo Barbanti (1979), trabalhando a coordenação, os atletas de basquetebol conseguem dominar de forma mais concreta suas capacidades motoras, levando o desportista ao domínio de movimentos considerados complicados e aprender novos movimentos.

Na maioria das vezes, o trabalho de coordenação no basquetebol é feito através de exercícios com bola. No entanto, antes de inserirmos a bola, temos de ter consciência que a criança domina o seu próprio corpo, evitando assim, saltar etapas.

Neste documento, pretendo demostrar que é possível trabalhar coordenação, dispensando um pouco de tempo todos os dias, antes do treino, no aquecimento, na parte fundamental e eventualmente no fim do treino.

Tenho plena consciência que a falta de espaços, o tempo contado, nem sempre nos permitem desenvolver tudo o que queremos para a nossa modalidade, por isso, a minha proposta pretende ser diferente. Proponho fazer o trabalho de coordenação (membros inferiores) em vários momentos, sítios ou espaços, a outra alternativa é treinar nos momentos de espera dos treinos.

Este documento pretende ser uma sebenta de exercícios e tem como intuito ser uma ferramenta de apoio a todos os treinadores que pretendam trabalhar coordenação motora dos membros Inferiores nos seus jogadores.

Na minha apresentação prática mostrarei alguns exemplos de como podemos aplicar estes exercícios nos vários momentos do treino, nas várias faixas etárias, para que a coordenação motora faça parte integrante da modalidade de Basquetebol.

Mini Sebenta de Exercícios

Coordenação Motora dos MI’s



Conclusão

O basquetebol é um desporto exigente que solicita diferentes capacidades motoras aplicadas às especificidades das situações de jogo.

A utilização de exercícios de técnica de corrida como meio de treino de jovem basquetebolista parece-me essencial para desenvolvimento das capacidades de coordenação motora dos membros inferiores, permitindo que ao atleta e equipa a possibilidade de explorar melhor suas condições físicas e técnicas.

Pelo exposto, desejo que este documento de apoio auxilie todos os treinadores de jovens atletas da modalidade, no sentido de proporcionar um trabalho diferente e essencial benéfico ao atleta e ao desenvolvimento da modalidade. 

 

Referências

Abrantes, J. (2001). - A corrida de velocidade. Revista Treino Desportivo Especial 4:10-18

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Cervera, V. (1996). Entrenamiento de fuerza y explosividade para la actividad física y el deporte de competición. Barcelona, Espanha. Inde Editorial

Ladder Training Manual: drills and exercises to help you get the most out of your Ladder training program! (n.d.). Retrieved September 1, 2022, from https://www.vsathletics.com/venue/LadderTrainingManual.pdf

No Title. (n.d.). Retrieved September 1, 2022, from https://www.xlathlete.com/

Piéron, M. (1988). Didactica de las actividades físicas y deportivas. Madrid: Gymnos Editorial.

Zakharov, A. & Gomes, A.C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1992.

 

por Filipa Borges

18-09-2022












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