Prefácio
Pretende-se que este documento que ajude os treinadores de
Basquetebol a desenvolver a coordenação dos membros inferiores – MI - (trabalho
de pés, escola de corrida) dos jogadores, trabalho integrado nos treinos do Basquetebol.
Aqui apresento o trabalho que foi desenvolvido na seleção
de sub-14 Femininas de Basquetebol da Associação de Setúbal e Coimbra, desde a
época 2013/2014, com o intuito de tornar as atletas mais ágeis, coordenadas,
rápidas e bem preparadas fisicamente.
A coordenação motora é a integração econômica e harmoniosa do
sistema músculo-esquelético, do sistema nervoso e do sistema sensorial, com a
finalidade de produzir ações motoras precisas e equilibradas e reações rápidas
e adaptadas a situações que requerem o seguinte: a medida de força que
determina a amplitude e a velocidade do movimento; a adequada seleção dos músculos
que vão influenciar a orientação do movimento; a capacidade de mudar
rapidamente de tensão para relaxamento musculares, complementaram Kiphard e
Schilling (1970, apud LOPES et al., 2003).
Tubino (1979, apud SILVA; GIANNICHI, 1995, p. 20) confirma
que a coordenação motora é uma qualidade física que possibilita o homem ter
consciência da execução, “levando a uma integração progressiva de aquisições,
favorecendo a uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de
uma sequência de movimentos com o máximo de eficiência e economia.”
Estas definições transmitem-nos que ao trabalharmos a coordenação motora, integrada no treino de basquetebol, vamos conseguir direcionar os movimentos dos jogadores de acordo com as condições das tarefas motoras, tornando-os mais eficazes e eficientes.
O melhor momento para trabalhar a coordenação motora, acontece nas idades infantis e no início da adolescência, no entanto, este trabalho nunca é um trabalho perdido, quando feito na idade adulta, como podemos verificar no quadro abaixo:
Segundo Barbanti (1979), trabalhando a coordenação, os
atletas de basquetebol conseguem dominar de forma mais concreta suas
capacidades motoras, levando o desportista ao domínio de movimentos
considerados complicados e aprender novos movimentos.
Na maioria das vezes, o trabalho de coordenação no
basquetebol é feito através de exercícios com bola. No entanto, antes de
inserirmos a bola, temos de ter consciência que a criança domina o seu próprio
corpo, evitando assim, saltar etapas.
Neste documento, pretendo demostrar que é possível
trabalhar coordenação, dispensando um pouco de tempo todos os dias, antes do
treino, no aquecimento, na parte fundamental e eventualmente no fim do treino.
Tenho plena consciência que a falta de espaços, o tempo
contado, nem sempre nos permitem desenvolver tudo o que queremos para a nossa
modalidade, por isso, a minha proposta pretende ser diferente. Proponho fazer o
trabalho de coordenação (membros inferiores) em vários momentos, sítios ou
espaços, a outra alternativa é treinar nos momentos de espera dos treinos.
Este documento pretende ser uma sebenta de exercícios e
tem como intuito ser uma ferramenta de apoio a todos os treinadores que
pretendam trabalhar coordenação motora dos membros Inferiores nos seus
jogadores.
Na minha apresentação prática mostrarei alguns exemplos de
como podemos aplicar estes exercícios nos vários momentos do treino, nas várias
faixas etárias, para que a coordenação motora faça parte integrante da
modalidade de Basquetebol.
Mini Sebenta de Exercícios
Coordenação Motora dos MI’s
Conclusão
O
basquetebol é um desporto exigente que solicita diferentes capacidades motoras
aplicadas às especificidades das situações de jogo.
A
utilização de exercícios de técnica de corrida como meio de treino de jovem
basquetebolista parece-me essencial para desenvolvimento das capacidades de
coordenação motora dos membros inferiores, permitindo que ao atleta e equipa a
possibilidade de explorar melhor suas condições físicas e técnicas.
Pelo exposto, desejo que este documento de apoio auxilie todos os treinadores de jovens atletas da modalidade, no sentido de proporcionar um trabalho diferente e essencial benéfico ao atleta e ao desenvolvimento da modalidade.
Referências
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por Filipa Borges
18-09-2022