O basquetebol está em constante evolução, com as regras a
serem constantemente alteradas.
Na atualidade, os atacantes que tiram muito proveito das
regras, conseguem ganhar vantagens com muito maior facilidade, num jogo
criativo e espectacular.
Por outro lado, a maioria dos jogadores, cada vez mais
atléticos, domina as técnicas fundamentais, dificultando e complicando o jogo.
Mas ao que parece, tudo muda menos a defesa?
As instruções e o treino estão antiquados face ao estilo de
jogo moderno, com os treinadores a não dedicarem o mesmo tempo de treino à
defesa e ao ataque.
Hoje, ao estudarmos os jogadores de elite, somos surpreendidos
com os seus movimentos e a sua técnica defensiva, que pouco tem a ver com o
passado em que todos os diziam que a defesa:
- Ganhava campeonatos, indicando a grande importância da defesa no jogo;
- Era 90% de esforço e 10% de técnica;
- Tinha bons jogadores porque nasciam com essa habilidade.
O que é mesmo verdade é que, o sucesso de uma equipa depende
quase sempre de um conjunto alargado de defensores, com boa técnica individual.
A técnica individual defensiva é parte fundamental do jogo,
não adianta pedir apenas mais esforço e aplicação aos jogadores. Não chega.
Curiosamente ou talvez não, se procurarmos informação sobre
os fundamentos técnicos defensivos encontramos pouca e desatualizada informação.
Hoje, com as alterações ao artigo 25 das regras (Passo
zero), defender em campo aberto a recepção do 1º passe para o contra-ataque de
forma frontal já não é boa ideia.
Do mesmo modo, defender a receção da bola no meio-campo
ofensivo sem levar em atenção os pés do atacante e sem impedir a trajectória do
2º apoio não é boa solução. Marcar um jogador sem bola no acto de recepção sem
ver se tem um pé no solo e se pode usar o apoio zero constitui erro defensivo.
Defender nos arranques já não pode ser feito da mesma forma:
quer a bola seja recebida do lado do passador; quer seja do lado oposto.
Defender as finalizações para o cesto e as fintas ofensivas implicam novos
ajustes.
O mesmo se diz para a defesa dos postes.
A defesa de todos os bloqueios indiretos leva a encontrar respostas diferentes:
- Zeeper;
- Pin down;
- Box to box.
A mesma ideia
para a defesa das situações dos bloqueios diretos (“Pick and roll” / ”pop”), no
“Flare” e na bola à mão.
O ataque de posição tem necessariamente novas respostas defensivas:
- Shufle;
- Flex;
- Triplo poste;
- UCLA;
- “Stagers”.
O jogo ofensivo mudou, com os ataques a privilegiarem os
triplos e os movimentos simples de “drive and kick”, a defesa tem de dar enfase
à marcação dos jogadores no perímetro. Podemos agora falar em novos
especialistas defensivos: os protetores
do perímetro.
É tempo de uma revolução também no ensino da defesa.
Qual é agora a postura inicial mais adequada?
A posição defensiva inicial é a base da técnica individual e
é determinante no sucesso ou não da defesa.
Os
jogadores que não estão numa boa posição defensiva inicial raramente conseguem defender
bem.
Uma boa postura
defensiva ajudará os jogadores a conseguirem movimentar-se mais rápido, em todas
as direções, para manterem o atacante à sua frente e também para que consigam
recuperar e correr, no caso de serem ultrapassados.
No passado a denominada posição básica defensiva (figura 1), tinha como base uma postura cómoda que permitia que os jogadores se movimentassem rapidamente:
- Pés separadas à largura dos ombros;
- Joelhos e bacia baixos. Centro gravidade baixo.
- Cabeça levantada, ver a bola e o cesto;
- Tronco ligeiramente flexionado;
- Peso do corpo bem equilibrado sobre ambos os pés, mas sobre a ponta dos pés;
- Mãos preparadas.
Tudo isto na atualidade é quase matéria exclusiva de Clinics
dos treinadores, já que os jogadores de Elite quebram as regras da posição
básica clássica.
Os jogadores usam duas posturas iniciais diferentes:
“Forward stance”
(defesa para a frente) e “Upward stance”
(defesa para cima).
A designação das
várias posições possíveis não considera a capacidade atlética dos jogadores e
as habilidades defensivas, porque depende mais dos ângulos e posições, do que
da explosividade e da agilidade
Posição “Upward” (para cima).
A posição defensiva “Upward”
é semelhante à posição clássica.
Os ombros estão em linha com as ancas e com os calcanhares,
mas a flexão dos joelhos é menor que na posição clássica. O defesa não está tão
baixo.
Este posicionamento permite manter o defesa entre a bola e o
cesto. Pode também ser usada para pressionar a bola, mas é mais usada como
defesa de contenção, impedindo ações fáceis para o ataque. Em contraste com a
posição “Forward“ onde o defesa entra no espaço do atacante. A posição “Upward”
mantêm o defesa a alguma distância, marcando numa posição de recuperação.
Se a equipa não tem jogadores atléticos pode defender com o
posicionamento “upware”.
O treinador e o jogador devem entender que a defesa não é
sempre espetacular e que o objetivo principal é impedir coisas fáceis para o
ataque.
Andre Tyler Iguodala dos Golden State
Warriors é um dos melhores defesas da NBA,
consegue parar os penetradores, ajudar com antecipação, ultrapassar os
bloqueios e marcar os lançadores (Strauss, 2014).
Kyrie Irving dos Brooklyn Nets é um dos jogadores NBA que mais se compromete com as tarefas defensivas (Lewis, 2022).
Comparação da posição” Upward” em outros desportos.
Um exercício útil para os treinadores é olhar em volta e
estudarem outros desportos, detetando quais as semelhanças que têm com o
basquetebol.
A posição “Upward” não é exceção ao estudo comparativo e
podemos levar em atenção o futebol onde sempre se usou esta posição.
Basta olhar para os defesas no futebol e ver que todos usam
esta posição para controlarem o jogador atacante com bola, procurando em contenção,
manter-se sempre à frente dela.
As prioridades do defesa são manter o equilíbrio e jogar
simples. Ao dobrar levemente os joelhos, os defesas,
no futebol, estão sempre preparados para recuperar à frente da bola. O
equilíbrio permite-lhes movimentos laterais simples, enquanto conseguem obrigar
o atacante a ter de tomar trajetórias com ângulos mais abertos. Os defesas
aprendem cedo a serem pacientes, a manterem o atacante à sua frente e a conduzirem
o ataque para onde querem, eliminando ou atrasando os seus movimentos.
O termo “Tackling” é
futebolístico e descreve a ação de desarme do defesa. É usado normalmente na
reação a um erro do atacante.
Num jogo em que uma ação
ofensiva bem-sucedida pode dar a vitória, uma ação irresponsável (tentativa de desarme)
pode originar a derrota. O basquetebol tendo semelhanças é, contudo, um jogo
diferente, nomeadamente na pontuação.
A posição “upward” requer
movimento constante e correto trabalho de pés com ângulos adequados. Os defesas
devem estar sempre à frente da bola e entender que não devem correr riscos
desnecessários para não serem batidos (figura 5).
Trabalho de pés na posição “Upward”.
O guia principal deste posicionamento defensivo é definido pelo
"Coach” Popovich (Spurs) quando refere: “Just keep backing up” (Mike,
2017).
Num passado recente, os Spurs tiveram sucesso na defesa sem terem uma equipa muito atlética. A vantagem da equipa era o QI e a disciplina dos seus jogadores, que utilizavam bem o conceito “Upward”.
Tudo isto parece muito fácil,
mas não é.
Consideramos dois pontos determinantes na execução do posicionamento “Upward”:
1. O defesa deve estar sempre à frente do atacante (figura 6) com ângulo fechado.
O defesa deve manter a distância
e o enquadramento relativamente ao jogador com bola.
Muitas vezes os defesas abrem a
sua posição fazendo “drop step” (passo à retaguarda) comprometendo
a posição defensiva inicial.
O “drop step” dá possibilidade
ao atacante de descobrir um caminho favorável para o cesto, enquanto retira o
defesa da sua posição favorável.
O defesa deve deslizar para o lado e para trás o que lhe permite manter uma boa posição. Muitos treinadores continuam a ensinar e a treinar o “drop step” e muito poucos ensinam o chamado “Pop back slide“, que possibilita manter o enquadramento defensivo (a explicar no próximo ponto).
2. O defesa não deve baixar os quadris para continuar numa boa posição e ficar com várias opções para parar o ataque.
Isto não quer dizer que com a
posição “Upward” a defesa deixe de pressionar a bola, muitos jogadores
conseguem manter a pressão e roubar bolas.
Este posicionamento permite que mesmo um defesa com limitações consiga marcar bons atacantes.
O posicionamento “Upward”
permite apenas as seguintes opções ao atacante:
- Passar a bola;
- Lançar (“pull up jump shot”);
- Finalizar sobre o defesa.
Se opta pela solução 2 e o
defesa estiver enquadrado (bola-eu-cesto), este pode contestar o lançamento, o
que no basquetebol atual é muito importante.
Se o atacante optar por ser
agressivo e atacar o cesto, mesmo contra uma boa posição defensiva, o defesa
está pronto para conter essa agressividade.
Esta
técnica é denominada 'Popping', a qual é a maneira mais rápida de ajustar
a posição defensiva em relação ao adversário direto.
Quando
um jogador baixa a bola para iniciar uma penetração em drible, o defesa pode reagir
rapidamente afastando-se dele (“popping away”).
No “Pop back slide” o primeiro ênfase é mesmo recuar e controlar o atacante. Depois face à reação do atacante, o defesa ajusta a posição (“Slide”), movimento de pés, diminuindo a distância e mantendo o enquadramento.
Quando o
atacante reage ao “pop” do defesa levantando a bola para lançar, o defesa fecha
rapidamente saltando para frente.
Quanto mais atlético for o defesa, maior será
a distância que poderá percorrer com um 'pop'.
Outro conceito
importante é o denominado controle perturbador.
Se a
defesa pressiona, por exemplo, no quadril direito, tapando a mão direita, a
única forma que o jogador com bola tem de atacar é pela esquerda. Fica só com
um caminho. Assim, quando um defesa em “Forward” muda constantemente a sua
posição defensiva, modificando a sua opção inicial (tapando uma vez a mão
esquerda e depois a direita), vai obrigar o atacante a ajustes e a pressão
continua.
O defesa
consegue modificar o comportamento do atacante, obrigando-o a mudar direção (“turn”).
A antecipação e a reação permitem fazer com o posicionamento “forward”, que o
atacante tenha de tomar outra opção.
A isto
chama-se “controle perturbador”. E o
mais curioso é que quanto mais pressiona a defesa, mais atacante fica previsível,
dando vantagem à defesa e frustra o atacante.
Técnicas adicionais.
O muro (“Walling up”).
Se o atacante está determinado e ataca o cesto, o defesa deve estar preparado para condicionar este movimento.
O defesa deve acompanhar o atacante
em drible e estabelecer um muro, “walling up”, figura 7, para contrariar o
movimento, sem fazer falta.
Deve procurar o contacto físico
com o peito, enquanto estende os braços na vertical.
A frase: “mãos atrás das orelhas“, serve para dar ênfase ao movimento.
Tal como os postes usam a
verticalidade para proteger o cesto, os defesas do penetrador em drible devem
também usar a verticalidade neste movimento constituindo uma parede forte. Tomemos
como exemplo o muro de Texas Tech (Tucker
& Thorson, 2019).
Muitas vezes os defesas tentam fazer o muro e sofrem ponto ficando debaixo do cesto. Estes defesas usam um “muro destruído”, porque deixam de manter o contacto com o peito que serve para desviar o atacante da trajectória mais favorável. Garantir que não há separação entre os dois jogadores, na tentativa de lançamento do atacante em desequilíbrio no ataque ao cesto é fundamental.
Outra informação importante para
os defesas na execução do muro físico é encorajar os mesmos a “fazerem falta”,
com a parte inferior do copo e continuarem com uma posição legal na parte
superior.
Se o defesa conseguir usar o “Upward”, mantendo o
atacante à sua frente com correto trabalho de pés, fica preparado para
contestar lançamentos e para desviar atacante do cesto.
Assim, o uso de um “muro forte e móbil” permite
concretizar este objetivo.
Importante reforçar que queremos
afastar o atacante da trajetória mais favorável e que lance em desequilíbrio.
Ganhar falta ofensiva.
Nalgumas situações, um atacante agressivo face a desajustes na marcação consegue também derrubar o muro.
Nestas situações, os defesas devem conseguir transformar
esta vantagem do atacante em proveito próprio, usando o “slide charge” que é o mesmo
que ganhar falta ofensiva (figura 8).
Se pensarmos no deslizamento lateral e para trás da posição “upward”
a regra é bastante clara: se o defesa consegue manter a posição legal quando
vem para trás e se o contacto é feito pelo atacante é falta ofensiva (fora do
semicírculo de carga).
Assim, deslizar lateralmente e para trás, para impedir a penetração e depois cair para ganhar falta ofensiva, constitui um trabalho pés, que permite condicionar o ataque. Esta técnica é útil.
Para defesas que defendem em cima e contestam atacantes
agressivos.
Os defesas devem reconhecer a importância de ganhar faltas
ofensivas, já que assim não forçam apenas uma perda de bola ao adversário (“TO”),
mas também conseguem conquistar uma falta, normalmente a um bom jogador e, ao
mesmo tempo, somar uma falta ao adversário.
“Wide steal”.
A posição “upward” permite uma postura defensiva larga que
impede o caminho do atacante para o cesto.
A envergadura do defesa é importante para a eficácia desta
posição defensiva.
Normalmente, o atacante tenta atacar as ancas do defesa para
penetrar em drible.
Contra o posicionamento defensivo “Upward” o atacante coloca
normalmente a bola diretamente na extensão da reação do defesa alcança,
procurando as costas do mesmo.
Se o atacante dribla para a direita do defesa com uma
postura aberta, este deve atacar a bola com a mão esquerda, rodeando o atacante
para roubar a bola por baixo.
Se o atacante optar por arranca com um ângulo aberto, o
defesa desliza para uma posição, quadril a quadril
(“hip to hip”) para roubar a bola com a mão
exterior.
O defesa não só impede a
penetração como, muitas vezes, consegue o roubo de bola (figuras 9 e 10).
Muitos defensores tem esta habilidade natural.
O mais difícil, contudo, é estar
numa boa posição inicial. Os jogadores necessitam de treino e tempo.
Com a posição “Upward”, o
defesa pode também ser pressionante em relação à bola, impedindo não só a
penetração direta em drible para o cesto, contestando lançamentos (não permitindo
lançamentos fáceis), interferindo nas linhas de passe e roubando bolas (Mike,
2017).
RESUMINDO:
Posição “upward” - para cima
- Enquadramento: bola, eu e o cesto;
- Deslizamentos laterais e para trás;
- Amplo alcance;
- Contesta tudo;
- Não requer grandes atletas fisicamente.
Postura defensiva
- Leve flexão dos joelhos;
- Pés à largura dos ombros;
- Peito para cima;
- Ombros, quadris e calcanhares em linha.
Posição “Forward“ - para a frente.
A posição “Forward stance” (figura 11) é mais usada numa defesa pressionante.
Pouca flexão dos joelhos, base alargada e posição paralela
das costas em relação ao solo.
Com esta posição, o defesa ocupa e entra no espaço do
atacante sem necessidade de movimentar os pés para a frente, aumentando a sua
área de interferência.
Esta posição requer flexibilidade e explosividade, mas nada
disso obriga a que o defesa tenha de ser um jogador de elite.
Muitos defesas NBA usaram ou usam esta posição defensiva:
Jogadores como Michael Jordan (figura 12), Kobe Brian e Patrick Beverlay entre muitos outros defendiam em posição “Forward”.
Patrick Beverlay defende sempre á frente da
bola (Allen,
2021).
Beverley
é um defensor agressivo. Alguns de seus melhores momentos na defesa podem ser
obsevados neste vídeo (Bleacher, 2020).
A consistência dos jogadores e o sucesso deste
posicionamento inicial (“Forward stance”) é também determinado pelos
emparelhamentos defensivos (“match up”) da equipa.
Quando pensamos em movimento e defesa, somos levados a
pensar só no basquetebol. É importante, contudo olhar para outros desportos, aprendendo
e avaliando as diferenças que levam ao sucesso.
Esta posição “Forward” é um bom exemplo dessa aprendizagem.
O futebol americano sempre usou esta técnica, com os “Cornerbacks” e os “Safeties”
a aplicarem esta posição defensiva nos treinos.
Os treinadores no futebol americano dizem frequentemente para colocarem os jogadores nessa posição: cotovelos! Joelhos!
Com esta postura, os jogadores de futebol americano (figura
13) conseguem ser explosivos nas suas ações em todas as direções.
No basquetebol a ideia é semelhante no que diz respeito à posição
ligeira: fletir os joelhos, dobrar os quadris
e colocar as costas paralelas ao solo.
No basquetebol, o defesa nesta posição consegue dificultar o
uso do “Pocket drible” mantendo o equilíbrio e o enquadramento defensivo
(“square”).
Técnicas
adicionais.
“Pocket
steal “.
Muitos jogadores ainda ignoram a posição “forward“ (figura 14) na defesa ao driblador, roubando poucas bolas.
O defesa
consegue com a esta posição antecipar ações e a escolher os momentos certos
para atacar e roubar a bola.
A contagem silenciosa com o tempo e técnica correta.
Acrescentando
ao posicionamento inicial “forward“, os treinadores podem ensinar o ritmo
e “timing” do roubo de bola.
Assim,
quando o atacante dribla, o defesa faz uma contagem até 3. A contagem é feita
quando a bola toca no solo. O atacante normalmente não modifica os ritmos do drible
facilitando o roubo da bola. Na 3 ª contagem, o defesa deve tentar o roubo da
bola.
O atacante,
com trabalho pés continuo e mãos ativas, não fica à espera e o defensor aproveita
o facto de o atacante não ter o controlo da bola para “ir ao bolso do atacante” para lhe roubar a bola.
Na
contagem silenciosa, o defesa ataca quando a bola não está nas mãos do
atacante. Está a sair do solo para cima.
Esta
técnica é mortífera e é normalmente aplicada quando o atacante em drible
ultrapassa o meio-campo, para iniciar ataque posição (Mike, 2017).
Fintas defensivas.
Numa
defesa pressionante é mais difícil iniciar a pressão do que manter a pressão.
Esta parte é a mais vulnerável da defesa, que quer retirar iniciativa e espaço
ao atacante com bola.
Nesta
altura, o defesa ainda não condicionou o atacante (controle disruptivo) e fica vulnerável em qualquer direção e
momento.
Por
outro lado, se se aproxima demasiado rápido ou de forma agressiva, o defensor
vai ser provavelmente batido.
Este
momento inicial é delicado para a defesa do portador da bola.
Necessita
de ajuda das denominadas técnicas de “stuting”, que não são mais que fintas
defensivas.
Este
conceito é mais aplicado pelos jogadores que não marcam a bola, mas podemos
aplicá-lo também na bola, para ganhamos algumas vantagens.
O
jogador que marca o portador da bola finta aumentando ou diminuindo a distância
relativamente ao atacante, cria incertezas.
Quando o
atacante em drible entra no meio-campo ofensivo, em vez do defesa reduzir
drasticamente o espaço, pode fazer finta de aproximação para ver qual a reação
do atacante.
Finta e rouba a bola.
A
posição “Forward“ coloca muita pressão no confronto direto com o atacante.
Se o defesa juntar à posição, as fintas defensivas vão provocar incertezas
e pode mesmo provocar o roubo de bola ou que pare o drible.
No
passado, Clyde Drexler era um especialista desta técnica de finta e roubo (“stunt
steal”). Ao marcar, o portador da bola usava as fintas defensivas e estudava os
adversários, nomeadamente as reações que tinham às fintas. Posteriormente voltava
a fintar e antecipava a reação do atacante para roubar a bola.
RESUMINDO:
Posição Forward - para a frente:
- Pressão no driblador;
- Trabalho de pés constante;
- Área de influência;
- Controlo disruptivo;
- Atletas médios fisicamente.
Postura defensiva:
- Ligeira flexão dos joelhos;
- Rotação de quadris;
- Costas paralelas ao solo;
- Base larga.
Conclusão:
Os
treinadores nunca dizem para defender de pé, na verdade, o que querem é que os jogadores
defendam mais baixo.
Mas nem
sempre essa é a melhor solução.
A melhor
postura é aquela que mantém o equilíbrio e o enquadramento. Para isso, o defesa
deve estar numa posição à frente do seu adversário direto para poder reagir
rapidamente e conseguir movimentar-se com o atacante.
A
posição defensiva inicial é a base da defesa, mas o trabalho de pés e mãos
complementa o edifício da defesa.
Se os
defesas usam uma postura totalmente ereta (“upward” – para cima) conseguem
reagir ao movimento do atacante. O defesa está pronto a recuar, deslizar lateral
ou a avançar para pressionar.
Contudo,
com a posição clássica ou com a posição “upward” a defesa é incapaz de alargar
a sua zona de influência e de pressão.
Já a
posição “Forward” (para a fente) limita o uso do “pocket drible” porque o
defesa consegue aumentar o seu raio de ação ao colocar o peito à frente dos pés,
ao fazer a extensão dos ombros na direção do atacante aumentando a
agressividade defensiva.
O defesa
em vez de pensar em roubar a bola deve pensar, sim, em criar problemas ao
atacante.
A
posição forward implica muito trabalho de pés, os pés não podem parar, para os
defensores conseguirem ser agressivos e para estarem preparados para responder
à reação do atacante.
Quando o
defesa ataca, o atacante antecipa e força a resposta. Só assim se joga a um
nível superior.
A
postura “forward” permite que o defesa se movimente rapidamente em qualquer
direção, o que é uma necessidade na defesa agressiva de perímetro.
Quanto
mais se pressiona o portador da bola, mais este fica previsível nos seus
movimentos.
O
primeiro passo defensivo é determinante. Os defesas devem estar aptos a
movimentarem-se muito rápido para frente, para trás ou lateralmente.
As formas com as equipas defendem os jogadores sem bola
influenciam a forma de defender o portador da bola.
Por exemplo, uma equipa que opte pelo posicionamento “upward”
necessita de uma ajuda forte nas linhas de passe, para eliminar os triplos. Isto
porque o objetivo desta defesa é conter e proteger o cesto.
A defesa “upward” a equipa pode marcar bem no 1x1 as
penetrações e no limite condiciona a penetração com o “muro” estabelecendo
contacto físico.
Por outro lado, se defende “forward”, pressionando a bola, o
defesa do portador da bola necessita de mais ajuda na defesa das penetrações em
drible.
Ambas as posições têm méritos e dificuldades. A maioria das
equipas usa as duas.
Ninguém diz que defender é fácil. O objetivo dos treinadores
é criar um sistema defensivo efetivo. E para isso, nada melhor do que ensinar e
treinar a técnica e a tática individual defensiva começando pela posição
inicial.
A melhor opção mesmo é ensinar as
duas formas descritas.
Referências:
Allen.
(2021). Patrick Beverley Defense Secrets Breakdown. Retrieved September 1,
2021, from https://www.youtube.com/watch?v=32-UFtUnYuI
Bleacher. (2020). Patrick Beverley Is A Force On Defense.
Retrieved September 1, 2022, from https://www.youtube.com/watch?v=gH5w8lSlXTc
Lewis, B. (2022). How an engaged Kyrie Irving on defense can
unlock everything the Nets could be. Retrieved September 1, 2022, from
https://nypost.com/2022/03/12/how-an-engaged-kyrie-irving-can-unlock-what-the-nets-can-be/
Mike. (2017). The Swipe Steal - Become a Lockdown Defender.
Retrieved September 1, 2022, from https://www.youtube.com/watch?v=Xxle2D3Pf3o
Strauss, E. S. (2014). In defense of Andre Iguodala.
Retrieved September 1, 2022, from
https://www.espn.com/blog/truehoop/post/_/id/66294/in-defense-of-andre-iguodala
Tucker, & Thorson. (2019). Texas Tech Defense- Walling
up. Retrieved September 1, 2022, from
https://www.youtube.com/watch?v=RSZA6IbRffs