Sempre que existe alguma tentativa e proposta para compreender o tema
basquetebol devemos participar.
por Aniceto do Carmo
29-04-2019
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Não são virgens as tentativas de discussão de assuntos importantes para
a modalidade.
Mas também não são virgens as tentativas de compressão de factos e
ocorrências na nossa sociedade por vezes estéreis, vejamos ao mais alto nível
as comissões parlamentares de inquérito.
Não faltam as intermináveis e inconclusivas discussões sobre temas bem
mais dramáticos, por exemplo os refugiados, as tragédias dos incêndios, e agora
também os destinos e usos dos apoios, sempre com a bem intencionada busca da
sua compreensão, explicação, e encontrar eventuais soluções futuras, com ou sem
apuramento de responsabilidades.
As tentativas de explicação de qualquer acontecimento, tem sempre
vários ângulos de apreciação, de acordo com os perfis individuais,
educacionais, profissionais, sociais e até políticos, que forçosamente divergem
nas abordagens, na atribuição das causas, invocando-se para uns as mais
remotas, outros as mais recentes, condicionando assim as propostas de solução, umas
de longo prazo mais estruturais e mais difíceis, outras de curto prazo ou
conjuntura mais imediatas e superficiais, (como a substituição do treinador) ou
seja, temos abordagens para todos os gostos, estruturais e/ou conjunturais, as
colectivas e/ou individuais, as orgânicas e/ou de contexto, etc., etc.
O problema poderá estar na necessidade de sistematizar e sectorizar as
análises e saber onde as colocar, não baralhar tudo, para se poder reflectir de
forma consequente, para se poder aspirar a planos de acção eficazes, acções essas
articuladas e que cruzem as medidas possíveis e de imediata implementação com
as de longo prazo, não comprometendo assim o futuro. (como se pode pensar assim
no desporto se na sociedade o exemplo que temos é o da dividida pública contraída
para 50 anos).
Para isso é necessário dar importância e resolver o que de facto tem
que ser resolvido, porque um dos problemas do treino é que muitos treinadores
dão de facto treinos, os jogadores têm horas de treino, mas será que estão a
treinar o que de facto os jogadores precisam. Será que reflectimos sobre o que
de facto interessa?
Infelizmente nas reflexões, mistura-se tudo, e no nosso caso ouvimos e
vemos misturar o que é de política desportiva, com o que é técnico e táctico do
jogo, e ainda o que é mesquinhamente pessoal, sem que se consiga sequer
reflectir sectorialmente e construtivamente, com cada área no seu momento e com
os argumentos próprios, para que a eficácia da reflexão produza eficácia a
esperada e ambicionada acção.
Respondendo ao que se propõe, todas as personalidades com ligação á
modalidade fazem falta desde que seja para resolver, mas não deve haver nem
endeusamento nem discriminação de individualidades, todos são necessários,
todos os saberes, pois não acredito em soluções sebastiânicas ou assentes
exclusivamente em individualidades. O basquetebol é um jogo de equipa.
Exemplos de sistematização sobre reflexões possíveis em diferentes
níveis, que embora se interliguem não tenhamos ilusões que para aspectos complexos
é necessário “partir”, “reduzir” analisar, para de pois de se melhor
compreender, sintetizar.
1. Reflexão sobre o contexto,
As características da nossa sociedade, e em que medida ela contribui
para o perfil (ou ausência dele) no jogador de basquetebol, desporto de elevada
e diversificada exigência.
1.1. A educação familiar, a educação escolar e no que condiciona o
perfil necessário para ser jogador(a) de basquetebol
1.2. A reflexão sobre os problemas da eventual profissão enquanto
futuro, do seu valor económico, do seu enquadramento da prática desportiva em
geral, e o basquetebol em particular na vida futura (será que pode aspirar a
ser profissional, problema colocado finais dos anos 70)
1.3. Reflexão sobre a qualidade da cidadania, da democracia e dos
exemplos de comportamento tais como a corrupção na sociedade e no desporto, os processos
eleitorais, o poder de grupos de conveniência, e o perigo da cristalização e da
fixação no poder através da mordomia e do tráfico de influência (qual a relação
com a fachada de democracia em geral e a sua falência, e a correspondente tipo
de eleições para os órgãos desportivos em particular)
2. Reflexão sobre a estrutura orgânica da modalidade
2.1. Constituição e Funcionamento dos órgãos institucionais de acordo
com as mudanças de paradigma social. FPB, Associações e clubes.
2.2. Interpretação da história recente e dos seus resultados enquadrado
nas políticas, centros de treino, operação altura, jogadores estrangeiros, etc.,
2.3 E como compreender os inúmeros êxitos e sucessos individuais, que
não se vislumbram nem tem a devida correspondência ao nível do (in)sucesso
colectivo. Condecorações e reconhecimentos individuais e uma dificuldade de
compreender a devida correspondência a nível do colectivo. Imaginem uma equipa
onde todos estão satisfeitos com o seu desempenho individual mas a equipa
perde! Incompreensível!...
2.4. O clube de desporto federado, e a sua relação com o desporto
escolar e a problemática dos horários escolares
2.5. Organização das Competições
2.6. Marketing e comunicação? Sim mas de que produto? Para que serve o
marketing de produtos fracos? Quem quer comprar produtos que não lhe servem?
2.7. Com a diminuição da natalidade e a forte concorrência de outras
alternativas desportivas nomeadamente o futebol e a explosão do futsal, não
será de esperar um aumento futuro do número de praticantes, exigindo
estratégias de mobilização que respondam aos anseios da vidas dos jovens e
respectivas famílias.
2.8.Sustentabilidade, rentabilidade de recursos, financeiros, humanos,
dirigentes e treinadores, jogadores estrangeiros e custo/benefício
3. Reflexão de aspectos técnicos/tácticos
3.1. O que é que a cidadania a liberdade e a responsabilidade têm que
ver com a forma com se ensina e joga o jogo.
3.2. Reflexão sobre os problemas técnicos e tácticos de abordagem do
ensino do jogo. Quais os processos que melhor respondem a esta necessidade
formativa de autonomia e responsabilidade. O pensar e o decidir e/ou decorar?
3.3 Em que medida a forma mais comum de sistemas tácticos decorados, e
impostos, são a solução e/ou simultaneamente a fonte de problemas.
3.4 Será que existem formas de treinar e jogar onde o fulcro do ensino
do jogo é a leitura e a decisão adequada, e onde se cruza e trata o individual
e o colectivo.
3.5. Reflexão sobre os problemas da concepção técnica e tácticas
adaptadas à morfologia e ao perfil da generalidade da população portuguesa e particularmente
do jogador português
3.6. Reflexão sobre a quantidade e sistemáticas formações, cursos e
palestras e o seu impacto na melhoria da qualidade da intervenção no ensino do
jogo. Qual a eficácia?
3.7. Exercício de avaliação e desempenho comparado da evolução do basquetebol
masculino e feminino
E outros temas se podem e devem acrescentar, e/ou organizar de forma
diferente, mas por certo temos consciência que os argumentos e o alcance de
cada tema são diferentes, que uns são do âmbito da modalidade e outros não, mas
sem uma visão global e de conjunto os esforços de compreensão deste basquetebol
nunca será consequente.
por Aniceto do Carmo
29-04-2019
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