Mobilizar a motivação – por Jorge Araújo


Este tema, representa há muito uma das preocupações principais dos treinadores. O que, naturalmente, tem originado uma busca incessante das respostas necessárias.

Tudo começou com um aprofundar continuado das necessidades de retornos (feedback) intrínsecos e extrínsecos, gerindo de forma eficaz as expectativas que cada atleta possuía face aos seus desempenhos. 

Seguiu-se a necessária preparação para aquilo que era esperado e a necessidade de prepararem aqueles que lideravam para saberem gerir o inesperado e conseguirem compatibilizar o mais e o melhor possível, os objetivos individuais com os coletivos. 

Idem quanto a procurarem regulamentar a vida coletiva, eliminando o medo de errar e fomentando uma vontade constante de arriscar e experimentar novas formas de abordagem de uma realidade cada vez mais turbulenta. 

Ainda a grande novidade de então!

A necessidade de em tudo o que respeita ao desempenho social, familiar e profissional dos seus atletas ser fundamental que estivessem, não só enérgicos de um ponto de vista físico, mas também emocionalmente convincentes, mentalmente focados, socialmente empáticos e espiritualmente alinhados e ambiciosos face aos objetivos pessoais e profissionais que perseguiam.

Sujeitos diariamente a constantes e imprevisíveis mudanças, conviveram, entretanto, treinadores e atletas com climas de trabalho cada vez mais exigentes e fatigantes, que os diminuem física, emocional, mental, social e espiritualmente, provocando naturais perdas de foco e eficácia. O que naturalmente deu origem a que no treino de alto rendimento tivessem continuado esforços diversos precisamente com o objetivo de corresponderem às necessidades colocadas por uma realidade competitiva cada vez mais exigente.

Com um natural cuidado especial, na abordagem de tudo o que às emoções e respetivos sentimentos dizia respeito, aprofundando o que seria o mais eficaz para atletas e treinadores em geral conseguirem desempenhos o mais empenhado possível, numa continuada interação entre a emoção e razão. 

Mais recentemente, ficou claro que a emoção precede sempre a cognição e que o comportamento de atletas e treinadores não era um processo mecânico provocado por estímulos exteriores, mas sim uma experiência sensorial aberta ao mundo exterior e interpretada através de uma filosofia dialética da existência. Também que os atos humanos não têm significado em si mesmos e só se compreendem referenciando-os às condições do meio ambiente que os motivaram. E que a perceção desses atos humanos tem o duplo carácter de visar as respetivas intenções e apreendê-las como realidades experimentadas.

Mesmo assim, sendo tudo isto do conhecimento geral, só alguns, (muito poucos!), treinadores alcançam o sucesso.

O que permite concluir. Afinal não basta saber! Como assim?

Explico...

Eles, os atletas estão sempre a olhar e os treinadores estão sempre a comunicar... mesmo quando não falam!

O que significa que o comportamento diário do treinador face aos seus atletas, constitui uma mensagem diária que se sobrepõe a tudo o resto!

Não basta, portanto, a "técnica e a tática", mesmo acompanhadas pela mais atualizada preparação condicional. Não é também suficiente ter entendido tudo que as emoções e aos sentimentos diga respeito.

A alguns, (muitos!), falta-lhes o essencial.

Serem emocionalmente convincentes a ponto de conseguirem disponibilizar atletas e equipas para os muitos sacrifícios que lhes são exigidos. 

No fundo, entre todas as mensagens que se esforçam por transmitir, falta a mais importante. 

Merecerem a confiança de atletas, colegas treinadores, dirigentes, jornalistas, adeptos, público em geral, a ponto de serem credíveis na respetiva mobilização da motivação.

E quando digo credíveis, naturalmente, pretendo significar... exemplos ... ou seja... merecedores do respeito e consideração... mesmo dos que em determinados momentos (ou quase sempre!) não estão de acordo com eles.

por Jorge Araújo


Presidente da Team Work Consultores












25-06-2019


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