No dia 16 de maio de 1996, defendi a dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto. Um dos elementos do júri era o Professor Doutor Hermínio Barreto e, a determinada altura, colocou uma questão interessante, da qual irei reproduzir a ideia:
Professor Doutor Hermínio Barreto (do que recordo) – Reparei que tem muito trabalho realizado sobre a formação de jogadores e equipas de basquetebol, mas há algo que me inquieta: a maior parte das equipas que treinou foram de seniores. O que me pode dizer sobre esta situação?
João Oliveira (resposta que me lembro) – Para mim é muito importante que o Treinador não comprometa o desenvolvimento dos jogadores e se possível, seja capaz de melhorá-los. Pelo respeito aos sonhos e ambições dos jovens, não deverei treiná-los enquanto o meu conhecimento e capacidades possam comprometer esses sonhos. Por isso, estudo muito o processo de formação de jogadores de basquetebol, para estar pronto a não comprometer e se possível melhorá-los, quando estiver pronto.
Estava a completar os meus 10 anos de treinador e no ano seguinte começaria a treinar uma equipa de sub20 M e a coordenar um Clube histórico. Esta pequena história pretende realçar a importância que atribuo à formação de pessoas que sonham. A formação é algo muito importante e, repito, não poderia treinar jovens se fosse comprometer os seus sonhos.
O QUE ANDEI A FAZER DURANTE ESSES 10 ANOS?
Treinar equipas seniores, aprender com os jogadores e com o jogo, a ler, a aprender com pessoas que sabiam mais e faziam melhor do que eu: quer em Clinics, quer com um treinador que considero o meu Treinador.
QUEM FOI E CONTINUA A SER O MEU TREINADOR?
Quando estava na Faculdade de Educação Física tive vários Professores que me “marcaram”. Entre eles, houve Um, o de Basquetebol (porque seria), que a determinada altura, pediu para os alunos fazerem um trabalho. Cada aluno teria de abordar um tema da formação de jogadores, mas tinha de escrever no mínimo 1 página e no máximo, …, 1 página. Foi um dos trabalhos mais interessantes e desafiadores: resumir um tema de basquetebol, numa página. Que apelo à capacidade de síntese, de eleição do que seria mais importante, de preparação para a intervenção junto dos jogadores.
Era muito difícil alcançar todo o meu potencial sozinho, ainda não o atingi, mas fiquei muito mais perto, pelo importante contributo do Meu Treinador. Aconselho vivamente todos os Treinadores (e não só), independentemente do nível, a terem um Treinador do Treinador, se quiserem continuar a melhorar.
Nos Clinics a informação era tanta, que por vezes criava alguma confusão.
QUAL ERA A CONFUSÃO QUE OS CLINICS PROVOCAVAM?
Gosto de aprender e considero-me um aluno permanente. Os Clinics eram oportunidades de ouvir, ver e aprender com pessoas mais experientes. Estava atento, tirava apontamentos, depois dos Clinics resumia a informação essencial e, quando as coisas faziam sentido, experimentava-as. Contudo, muitas vezes saia mais confuso, do que esclarecido. Uma das coisas que me criava alguma confusão era algo que recorrentemente muitos preletores difundiam: “faço isto todos os dias”.
Treinava 3 ou 4 dias por semana, durante 1h30m, de cada vez, e quando tentava encaixar tudo o que os experts diziam que era importante e faziam todos os dias, nas 4h30m ou nas 6h00m semanais, não tinha espaço/tempo para tudo. Não queria comprometer e se possível melhorar os jogadores e equipas e necessitava de me organizar, por isso, comecei a colocar algumas questões, no caso OITO, para concretizar essa organização.
1ª QUESTÃO: QUANTO TEMPO É QUE UMA PESSOA NECESSITA DE TRABALHAR, ANTES DE SE TORNAR REALMENTE BOA?
Segundo Ericsson, Krampe, & Tesch-Rome (1993) necessitámos de 10 anos (Regra dos 10 Anos) e para Gladwell (2008) de 10000 horas (Regra das 10000 horas) de prática intensa e deliberada, para atingirmos todo o nosso potencial, antes de nos tornarmos bons, em qualquer atividade. Esta é uma regra genérica e aplica-se a qualquer atividade - gestor, professor, músico, datilógrafo, (…) - e claro, também, aos treinadores, aos jogadores e aos dirigentes de basquetebol (quantos treinadores com mais de 10000 horas estão subaproveitados, no nosso basquetebol?).
Repito, se quisermos ser bons pianistas, bons pintores, bons escritores, bons treinadores, bons jogadores, bons (…), necessitamos de 10 anos / 10000 horas de prática intensa e deliberada.
Esta constatação configurava duas ideias transformadoras.
Primeira: para treinarmos 10000 horas em 10 anos necessitávamos de treinar todos os dias, mais de 2h30m. Ou seja, mais de 2h30m todos os 365 dias. A realidade, porém, é bem diferente. Grande parte das equipas treinava 3 vezes por semana, durante 1h30m. Considerei um cenário intermédio, o de uma equipa treinar 4 vezes por semana, durante 1h30m, num um período de 10 meses, por ano. Neste caso, estaríamos a falar de 240 horas de treino por época desportiva e, para se perfazerem as 10000 horas, necessitaria de mais ou menos 41 anos de treino. Na melhor hipótese, a de um jogador começar a treinar aos 4 anos, mesmo assim, esse jogador só atingiria a mestria aos 45 anos.
Primeira: para treinarmos 10000 horas em 10 anos necessitávamos de treinar todos os dias, mais de 2h30m. Ou seja, mais de 2h30m todos os 365 dias. A realidade, porém, é bem diferente. Grande parte das equipas treinava 3 vezes por semana, durante 1h30m. Considerei um cenário intermédio, o de uma equipa treinar 4 vezes por semana, durante 1h30m, num um período de 10 meses, por ano. Neste caso, estaríamos a falar de 240 horas de treino por época desportiva e, para se perfazerem as 10000 horas, necessitaria de mais ou menos 41 anos de treino. Na melhor hipótese, a de um jogador começar a treinar aos 4 anos, mesmo assim, esse jogador só atingiria a mestria aos 45 anos.
Para estabelecer um paralelismo, entre diferentes contextos, a minha filha treinava 20 horas por semana, 80 horas por mês, (…), quando jogou num College nos Estados Unidos e, curiosamente, nas idades em que aqui não há escalão (Sub22), contra as 6 horas por semana e as 24 horas por mês por cá.
Se a questão morfológica – nomeadamente altura, mas não só – podia ser um desafio: como conseguir os resultados das 10000 horas em apenas 2400 horas (6 h/semana x 4 semanas x 10 meses x 10 anos)? Teria de escolher muito criteriosamente o que fazer no treino.
Segunda: é que as 10000 horas necessitam de ser intensas e deliberadas. Intensas reforçavam a diferença entre treinar e ir ao treino, de concentração, de esforço, de persistência, de sacrifício, de resiliência. Deliberada destacava, uma vez mais, a necessidade de escolha criteriosa do que quer que fizesse, pois teria de ter a intenção de contribuir para o resultado desejado, não podendo haver desperdícios. Por mais horas que conseguisse trabalhar, se não semeasse o que queria colher, então comprometeria todo o processo. Não poderia plantar “batatas” e esperar colher “cebolas”.
2ª QUESTÃO: O QUE COLHER? QUAL ERA O RESULTADO DESEJADO?
Que jogador e equipa queria “colher” no Clube? Que jogador e equipa desejava “colher” nas Seleções? Que jogo favorecia as caraterísticas morfológicas dos meus jogadores? Estas questões, por si só, eram interessantes, mas acrescentaria mais uma preocupação: que jogador e jogo é que se iria jogar daqui por 10 anos? Ou seja, o resultado desejado devia conter não só o que considerava importante naquele momento, para o jogador e para o jogo/equipa, mas também devia incluir as tendências do tipo de jogador e jogo que se irão necessitar, a 10 anos. Caso contrário, seria como estar a semear algo muito importante no momento, mas supérfluo no futuro, como por exemplo, tentar formar datilógrafos, quando ainda eram necessários, mas a sua extinção estava anunciada, como aconteceu nos anos 80. Isto, levou-me à próxima questão …
3ª QUESTÃO: QUANTO TEMPO DEMORA A COLHER AS PEQUENAS SEMENTEIRAS? QUANTO TEMPO LEVA PARA CONSTRUIR UM NOVO HÁBITO?
Frequentemente, repetia que necessitávamos de 21 dias até nos adaptarmos a uma nova situação e construir um hábito. Essa ideia nasceu das constatações de Maltz (1976). Contudo, estudos mais recentes de Lally et al (2010) referiam que, em média, as pessoas necessitam de mais de dois meses até que um novo comportamento se torne automático - 66 dias para ser exato – embora a variação fosse entre 18 e os 254 dias (quase uma época desportiva, para algumas pessoas).
Se utilizasse esta informação para o treino de basquetebol e sendo otimista, poderia considerar que a criação de novos hábitos (por exemplo, enquadrar à receção, fintar antes de passar, falar na defesa, saltar para a bola ao passe, …) demoraria 2 meses. Ou seja, se quisesse que uma pessoa aprendesse e passasse a fazer automaticamente o que aprendeu e, portanto, dar respostas rápidas (ainda não estou na eficácia), então necessitava de repetir isso, durante dois meses.
Recordei quando aprendi a conduzir? No início, pensava que tinha que colocar o cinto de segurança, que tinha que travar, que tinha que desengatar, que tinha que, (…). Hoje, depois de muito tempo de condução, continuo a pensar em tudo isso? Contudo, faço tudo, mas de forma automática.
Recordei quando aprendi a conduzir? No início, pensava que tinha que colocar o cinto de segurança, que tinha que travar, que tinha que desengatar, que tinha que, (…). Hoje, depois de muito tempo de condução, continuo a pensar em tudo isso? Contudo, faço tudo, mas de forma automática.
O mesmo acontecia quando ensinava a lançar, a driblar, a defender, a (…). Os resultados também exigiam tempo, repetição até se tornarem em hábitos e realizarem-se automaticamente. Era o que se passava, quando queria introduzir uma forma de jogar diferente, por exemplo, passar a pressionar todo o campo após cesto marcado, necessitava de 2 meses até que isso se tornasse um hábito (repito ainda não estamos na fase da eficácia, apenas em fazer atempadamente).
Tudo isto levava tempo. Construir hábitos exigia (em média) 2 meses. Tornarmo-nos realmente bons requeria 10 anos / 10000 horas de treino, mas e se os hábitos estivessem sempre a ser mudados, de um escalão para o outro, de treinador para treinador? Esta questão levou-me a descobrir duas mentalidades diferentes, a do “quintal” e a da “quinta”.
4ª QUESTÃO: QUAL É A DIFERENÇA ENTRE A MENTALIDADE DE “QUINTAL” E A DE “QUINTA”?
Tinha percebido que havia coisas importantes e outras prioritárias dentro das importantes, que deveriam ser treinadas todos os dias, durante muito tempo e que os “frutos” desse trabalho deveriam apoiar os resultados do jogador e do jogo desejados, mas também das tendências do jogo ao mais alto nível a 10 anos e das características dos jogadores.
Porém, frequentemente assistia ao que designaria de mentalidade de “quintais”. Isto é, de cada equipa no Clube representar um quintal independente, com barreiras a separá-los dos outros, com cada Treinador a semear o que entendia, sem considerar o que os outros semeavam, nem a necessidade dos jogadores passarem 10 anos a serem “cultivados” no mesmo alinhamento. Como criar hábitos que perdurassem, se sempre que os jogadores mudassem de Treinador, fossem expostos a novos hábitos, descontextualizados dos anteriores. Seria como construir um prédio de 4 pisos, mas onde 2º piso não seria construído por cima do 1º e assim sucessivamente ou o rés-do-chão ser em bambu, o 1º piso em madeira, o 2º piso em tijolo, o 3º piso em pedra e o 4 em betão. Tinha a necessidade de coerência e consistência, no processo de formação.
Passou a ser clara a necessidade da mentalidade da “quinta”. Isto é, de todos compreenderem que o que semeavam necessitava de 10 anos de preparação, de perceberem que o jogador e o jogo que iriam “colher” resultava da construção edificada de hábitos, que cada hábito necessitava de 2 meses, no mínimo, e que, simultaneamente, tinham em mente, prepará-los para a forma de jogar nos próximos 10 anos, com as características morfológicas dos jogadores que tinha. Neste contexto de “quinta” tudo ficava mais fácil, foi o que testemunhei em alguns Clubes que coordenei.
5ª QUESTÃO: COMO CONSTRUIR ESSE EDIFÍCIO?
Quando me imaginava no papel de coordenador de um Clube, via-me como um arquiteto, tentava considerar todos estes fatores (talvez regresse a este tema, em outro texto) e outro, igualmente importante. Treinamos para os jogadores serem capazes de fazer algo. Contudo, para isso os jogadores necessitavam de conhecer e aprender, repetir e tornar as aprendizagens em respostas automáticas (hábitos) e “finalmente” demonstrarem eficácia. Tudo isto exigia escolher o que queria colher, encontrar a “semente” adequada, preparar o terreno, “semear”, “regar”, (…), ou seja, requer tempo.
Socorrendo-me de uma analogia, percebi melhor o que necessitava de fazer. Voltando ao edifício de 4 pisos. Para se tornar realidade, há que ser imaginado e depois construído, concretizado. Por onde começar? Pelas fundações, no caso pelos fundamentos (alicerces) e depois construir o rés-do-chão e assim sucessivamente. O que é que cada piso terá? Depende do que se necessitar e desejar, mas também do orçamento, das áreas, do tempo de construção, (…).
Voltando ao basquetebol. Considerando que as equipas de Minis treinam 3 vezes por semana, durante 1h30m (estou a ser otimista). Se cada exercício proposto for repetido 4 vezes por cada jogador (mínimo aceitável e, neste particular, as formas de organização – exercícios - são decisivas), então necessitaria de 6 minutos para cada um deles (depois do exercício ser aprendido, o que também exige tempo) e, na melhor das hipóteses, poderia trabalhar 15 coisas em cada treino, mas para tornar esta ideia possível, em larga escala, considerei apenas 10, em vez dos 15. Se os novos hábitos exigiam em média 2 meses de estimulação e se treinasse durante 10 meses, então poderia pensar que era possível criar 40 hábitos por época.
Contudo, o efeito reversível da carga ajudou-me a reconsiderar esta ideia, por perceber que essa estimulação teria que continuar, ser sistemática, sob pena do seu efeito se perder (efeito reversível da carga), como acontece quando os jogadores regressam de férias ou deixamos de utilizar um membro por lesão.
6ª QUESTÃO: COMO PODIA RESOLVER O PROBLEMAS DA CRIAÇÃO E MANUTENÇÃO DE HÁBITOS?
Nos Mínis A’s desenvolvia 10 hábitos, nos Minis B’s desenvolvia mais 10 hábitos e continuava a treinar os 10 hábitos anteriores. Nos dois anos de Sub14 desenvolvia mais 20 hábitos (10 na 1ª época + 10 na 2ª época) e continuaria a reforçar os 20 estimulados nos Minis e a mesma ideia aplicaria aos Sub16 (10+10 + reforço dos 40 hábitos anteriores) e aos Sub18 (10+1 + reforços dos 60 hábitos anteriores). Nesta lógica, ao terminar o escalão de Sub18, poderia ter construído 80 hábitos e teria os 4 pisos do edifício apoiados e construídos sobre o piso anterior.
Se considerasse a multifatorialidade do rendimento desportivo, superasse o Erro de Descartes (Damásio, 2005) e utilizasse uma visão holística do homem, passaria a considerar, tal propõe Sérgio (1994), que não há jogadores, há pessoas que jogam e a integrar as 4 capacidades (Covey, 2017; Loehr & Schwartz, 2005) essenciais das pessoas que, no caso, também jogam – a física (onde incluía a técnica, mas também, a coordenação, a força, a, …), a cognitiva (onde via a tática, mas não só, também todas as barreiras ao nível dos pensamentos, convicções e valores que condicionam o sucesso), a sócio-emocional (que algumas derrotas em finais me mostraram a sua importância e me conduziram a um Doutoramento) e a motivacional (com substituição de estratégias de curto-prazo por estratégias que apoiam o sucesso e a sua repetição).
7ª QUESTÃO: QUAIS PODERIAM SER OS 80 HÁBITOS DECISIVOS A DESENVOLVER, NESTAS 4 DIMENSÕES?
Uma vez mais, o exercício do Treinador foi de extrema dificuldade e desconforto, mas desafiador. Como encontrar algum conforto? Integrei o Princípio de Pareto e do “efeito borboleta”, isto é, e genericamente, há 20% das coisas que são responsáveis por 80% dos resultados e que há coisas simples, como o bater de asas de uma borboleta, que pode provocar um tufão do outro lado do mundo. Ou seja, 1/5 do que fazemos pode ser responsável por 4/5 dos resultados e que se esse quinto fosse capaz de provocar transformações avassaladoras (tufões), até podia ser superior.
Considerando as limitações de tempo de treino, em relação às 10000 horas/10 anos, pois só conseguiria treinar 2400 horas/10 anos, se conseguisse encontrar os 20% das 4 capacidades (física, cognitiva, sócio-emocional e motivacional) responsáveis pelos 80% dos resultados e capazes de provocar “tufões”, então aumentaria a possibilidade de NÃO comprometer e se possível MELHORAR os jogadores e as equipas. Construindo a partir desta lógica, quais seriam os 16 hábitos (20% dos 80 hábitos) que são responsáveis por 80% dos resultados, no basquetebol?
Se conseguisse que os jogadores fossem realmente bons em pelo menos 16 coisas, ao longo de toda a formação, provavelmente já seria um resultado interessante. Tornou-se claro que necessitava de uma estratégia, para reconhecer os 20%, os 16 hábitos, mas qual? Como encontrar os 20% dos hábitos, ajustados à realidade dos jogadores que treinava e à tendência do jogo a 10 anos, responsáveis pelos 80% dos resultados?
8ª QUESTÃO: COMO ELEGER O PRIORITÁRIO ENTRE O MAIS IMPORTANTE?
Quando comecei a assistir a Clinics de Basquetebol, a grande maioria dos Treinadores Norte-Americanos começava a sua intervenção com o que designavam A MINHA FILOSOFIA. Essa filosofia resumia o que era mais importante para eles, dentro do importante. Como desenvolver essa “filosofia”?
Apoiei a resposta a esta questão numa estratégia deliberada e intencional alicerçada em 3 “pilares”: visão estratégica; execução estratégica; e avaliação estratégica. Num livro que escrevi em coautoria com dois treinadores (Oliveira, Tina, & Hugo, 2003), tentamos fazer este exercício (e mais alguma coisa) e torná-lo público.
Quando clarificava o destino, a imagem final desejada, os valores que guiariam o comportamento das pessoas e o plano/prioridades estratégicas, estava a desenvolver uma visão estratégica.
Se as decisões, o recrutamento, as recompensas, a comunicação, o treino, (…), fossem coerentes e consistentes com a visão estratégica desenvolvida, então passaria a executar estrategicamente, faria o que se designa de “walk the talk”.
Nos momentos em que tinha indicadores claros, alinhados com a visão estratégica, os via e estava atentos a eles, os resultados permitam-nos celebrar e continuar ou corrigir e prosseguir. Ou seja, nestas circunstâncias, conseguia fazer uma avaliação estratégica. Treinar, liderar ou dirigir sem indicadores de feedback estratégicos seria como jogar sem marcador, sem saber qual era o resultado e com isso comprometer quer a motivação, quer as correções e evolução.
Nos momentos em que tinha indicadores claros, alinhados com a visão estratégica, os via e estava atentos a eles, os resultados permitam-nos celebrar e continuar ou corrigir e prosseguir. Ou seja, nestas circunstâncias, conseguia fazer uma avaliação estratégica. Treinar, liderar ou dirigir sem indicadores de feedback estratégicos seria como jogar sem marcador, sem saber qual era o resultado e com isso comprometer quer a motivação, quer as correções e evolução.
Quer se trate de um treinador, equipa, clube, associação, federação (por exemplo, “Strategy,” n.d.) ou organização, aprendi a importância da intervenção estratégica, para encontrar os 20% responsáveis pelos 80% dos resultados, com base na visão, execução e avaliação estratégicas. No meu tempo, NÃO era uma exigência, também não sei se agora será, mas se ainda não é, então uma das coisas que todos os treinadores podiam desenvolver, nos cursos de nível 3, era essa “filosofia do treinador” ou essa visão estratégica. Esta ideia poderia ser aplicada também na atribuição do estatuto de Clube formador – apresentação de uma estratégia deliberada e intencional, com visão, execução e avaliação estratégicas, alinhadas com a desenvolvida pelo órgão superior.
“ESTRATÉGIA” PRECISA-SE? QUAL?
Podemos intervir através de uma estratégia inconsciente e desconhecida ou utilizando uma estratégia deliberada e intencional. Cada uma produz experiências e resultados diferentes.
Qual queria explorar? Qual é que apoiava o que “sonhava” e desejava? Qual era construtiva, útil, razoável, aceite socialmente e sensata moralmente?
Se optasse pela estratégia deliberada e intencional, então quais eram os 16 hábitos estratégicos, que não comprometiam os “sonhos” dos jogadores, se possível os facilitassem e que tornasse realista formar pessoas para serem bem-sucedidos, contra jogadores e as equipas com condições morfológicas facilitadoras?
QUANDO COMEÇAR?
Como diz o provérbio Chinês “A melhor época para plantar uma árvore foi há 20 anos atrás; A segunda melhor é hoje.”
REFERÊNCIAS:
Covey, S. R. (2017). O 8o Hábito: da Eficácia à Grandeza. Lisboa: Gradiva.
Damásio, A. (2005). O Erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano (24a). Mem Martins: Publicações Europa-América, Lda.
Ericsson, K. A., Krampe, R., & Tesch-Romer, C. (1993). The Role of Deliberate Practice in the Acquisition of Expert Performance. Psychological Review, 100(3), 363–406.
Gladwell, M. (2008). Outliers: the story of success. New York: Little, Brown and Co.
Lally, P., Van Jaarsveld, C. H. M., Potts, Henry, W. W., & Wardle, J. (2010). How are habits formed: Modelling habit formation in the real world. European Journal of Social Psychology, 40, 998–1009.
Loehr, J., & Schwartz, T. (2005). The Power of Full Engagement: Managing Energy, Not Time, Is the Key to High Performance and Personal Renewal. New York: The Free Press.
Maltz, M. (1976). Psycho-cybernetics: A new way to get more living out of life. N. Hollywood, California: Wilshire Book.
Oliveira, J. C., Tina, P., & Hugo, F. (2003). O Puzzle do seleccionador Nacional de Basquetebol. Lisboa: Editorial Caminho.
Sérgio, M. (1994). Para uma epistemologia da motricidade humana: (prolegómenos a uma nova ciência do homem) (2a Edição). Lisboa: Compendium.
Strategy. (n.d.). Retrieved from AQUI
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por João Oliveira
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