A persistência é uma necessidade para superar desafios exigentes das pessoas, das equipas e das organizações. Contudo, quando se transforma em teimosia, podemos continuar a repetir as mesmas ações, esperando resultados diferentes.
Tendo outro significado, à luz do
direito, frequentemente é associado Albert Einstein um dos significados de “insanidade”,
o de fazer as mesmas coisas esperando resultados diferentes.
Quando repetimos as mesmas ações
e conseguimos os resultados desejados, poderá não haver a necessidade de mudar.
Quando sabemos que o efeito das
nossas ações é retardado no tempo, a repetição, paciência e persistência são
necessárias. Por exemplo, depois de plantada a semente do bambu chinês, nada se
vê, durante aproximadamente 5 anos, porque todo esse crescimento é subterrâneo,
mas ao fim de 5 anos, o bambu poderá atingir a altura de 25 metros. Isto é, há
ações cujas consequências visíveis exigem tempo e, nesses casos, deixar de
repetir o que é necessário fazer, por ainda não se verem resultados, poderá condicionar
os próprios resultados.
Mas, quando não existe esse efeito
retardado ou quando as nossas ações resultam em resultados diferentes do
desejado, então há que encontrar uma alternativa. Não o fazer, poderá ter
consequências desastrosas, começando pelo desconforto sentido, passando pela
desistência de uns, a critica, condenação ou culpabilização de outros e
terminando em resultados aquém do que se deseja e é capaz de se conseguir. Nestas
circunstâncias, será que a melhor coisa a fazer é repetir as mesmas ações,
esperando resultados diferentes?
Ironicamente deseja-se um determinado resultado, investe-se muito esforço nesse resultado, embora não se consiga alcançá-lo e, paradoxalmente, continua-se a repetir as mesmas soluções e, por isso, continuam a “colher” os mesmos resultados – aquém do que se deseja e consegue. Qual é a alternativa?
Quando sabemos que esperamos o
tempo necessário para o efeito desejado acontecer e esses resultados não acontecem,
então a alternativa é mudar, é fazer coisas diferentes, para esperar
resultados diferentes (chamarei a esta alternativa sensatez), que poderá ser visualizada como mudar 180º, fazer diferente.
O que é que as pessoas, as
equipas e as organizações poderão fazer de diferente?
Entre muitas coisas, vamos
explorar 6 diferenças. Para isso, imagine-se uma pessoa, uma equipa ou uma
organização que pretende superar desafios exigentes.
DIFERENÇA Nº 1
Será que essa pessoa, equipa ou
organização está a pensar pequeno? O que alcançamos, conse está na medida do
que desejamos. Nesta medida, se se costuma pensar pequeno, fazer diferente
significa pensar em grande. Uma empresa poderá ter impacto a nível
mundial se pensar ser a melhor da “sua rua”? Pensar em grande não se circunscreve apenas ao ter ou conseguir, mas também ao ser. Se o homem sonha e a obra nasce
(ou pode nascer), o “tamanho” dos sonhos (pensamento) poderá determinar o tipo
de obra que irá nascer.
DIFERENÇA Nº 2
Poderá haver a tendência das
pessoas, das equipas e das organizações em ver para crer. Nesta medida,
só irão acreditar se virem e, consequentemente só irão contribuir depois de
verem. Será que o que desejamos irá acontecer sem nada fazermos para que isso
aconteça? Poderá haver situações em que assim seja, se os “ventos” alinharem
com o que desejamos. Mas a situação poderá ir mais além. Perante situações
desafiadoras, podemos ser confrontados com situações em que ainda não
vislumbramos as estratégias para fazer acontecer o que desejamos. Contudo,
nessas circunstâncias, as estratégias que poderão ajudar a tornar o desejo em
realidade só serão reveladas ou descobertas às pessoas, às equipas e às organizações
que acreditam antes de ver. Por isso, fazer diferente para esperar resultados
diferentes significará crer para ver em vez de ver para crer.
DIFERENÇA Nº 3
Quando dispersamos a nossa
atenção em concretizar muitas coisas, podemos correr o risco de não
conseguirmos fazer acontecer o que desejamos. Nesta medida, fazer diferente
significa concentrarmo-nos no que é crucialmente importante. Para isso,
as pessoas, as equipas e as organizações necessitam de determinar o que é
crucialmente importante. Como determinar o que é crucialmente importante?
Usando a nossa capacidade mental, a de pensar antes de agir a de planear e
projetar. Desenvolver uma visão, uma missão, um propósito, um conjunto de
valores e um plano estratégico (com respetivos objetivos, indicadores e sistema
de feedback de resultados) poderá ser uma forma de fazer diferente, no caso,
das pessoas, as equipas e as organizações determinarem o que é crucialmente
importante e, por isso, concentrarem os seus esforços em vez de os dispersarem.
Com poderemos alcançar o que desejarmos se não soubermos concretamente o que
pretendemos e como nos comportarmos para lá chegar?
DIFERENÇA Nº 4
Será que acreditamos no poder do
trabalho ou esforço intenso (no “Work Harder”). Conhecemos alguém
ou alguma equipa ou organização que tenha trabalhado intensamente, mas não
conseguiu alcançar o que desejava? Sabendo que o esforço é necessário e se nos
esforçamos e não alcançamos os resultados desejados, então fazer diferente poderá
passar pelo esforço deliberado (pelo “Work Smarter”). Entre
outras situações, concentrarmo-nos no que é crucialmente importante é uma das
formas de trabalharmos deliberadamente.
DIFERENÇA Nº 5
Confundirmo-nos com os resultados poderá ser uma das formas de comprometer o que desejamos. Vejam-se duas situações. Uma equipa vence o campeonato e, por isso, será tentada a pensar que tudo está bem, somos bons, a ter excesso de confiança e, consequentemente, a repetir o que fez nessa época, na época seguinte. Ao fazê-lo poderá comprometer a sua capacidade de desenvolvimento e se as outras equipas progredirem, poderá tornar-se mais difícil repetir os excelentes resultados anteriores. Uma organização poderá obter resultados aquém do desejado e com isso pensar que tudo está mal, não prestamos. Ao fazê-lo o desconforto crescerá e com ele as queixas, os culpados, as críticas, (…). Consequentemente, estes tipos de atitudes poderão contribuir para a repetição dos maus resultados em vez de os melhorar. Neste caso, estamos na lógica do ser. Isto é, somos o resultado e, por isso, quando ganhamos somos bons e quando perdemos somos maus). Fazer diferente passará por distinguir entre ser e estar (passar do "somos" bons ou maus para o "estivemos" bem ou mal) por separarmo-nos dos resultados e, com isso, conseguirmos aceder a duas importantes informações: o que de mau está escondido num bom resultado (quando estivemos bem, vencemos ou conseguimos o que desejamos); e o que de bom está escondido num mau resultado (quando não estivemos bem). Uma e outra informação permitirão continuar a melhorar, depois do sucesso, e a semear a esperança, quando as coisas correm aquém do esperado, respetivamente.
DIFERENÇA Nº 6
Acreditarmos que somos o centro
do mundo, que tudo gira à nossa volta, fazerem-nos acreditar em super-heróis ou
experiências anteriores de trabalharmos em equipas disfuncionais poderá
levar-nos a acreditar que sozinho vou mais rápido. Regressando a uma das
premissas iniciais, a de superar desafios exigentes. Quando as pessoas, as
equipas e as organizações estão em face deste tipo de desafios, necessitamos de
um ambiente de apoio, de juntar esforços, de cooperarmos, de colaborarmos.
Neste caso, contribuir não chega, torna-se necessário contribuir complementar e
criativamente. Por isso, fazer diferente significará que juntos vamos mais
longe.
A ESCOLHA
O que é melhor para as pessoas,
para as equipas e para as organizações, ao longo do tempo?
Opção A – “Insanidade” - fazer
as mesmas coisas esperando resultados diferentes, isto é, pensar pequeno,
ver para crer, dispersar a atenção, trabalhar intensamente, confundirmo-nos com
os resultados ou acreditar que sozinhos vamos mais rápido ou
Opção B – Sensatez - fazer
coisas diferentes (180º), para esperar resultados diferentes, ou seja, pensar em
grande, crer para ver, concentrarmo-nos no crucialmente importante, trabalhar
deliberadamente, separarmo-nos dos resultados ou acreditar que juntos vamos
mais longe.
AS APLICAÇÕES
Independentemente da escolha de
cada um, a aplicabilidade da ideia de fazer coisas diferentes (180º), para obter
resultados diferentes é transversal a qualquer pessoa, equipa ou
organização e, para isso, cada um necessita de encontrar “o seu caminho”
(soluções diferentes), para alcançar os seus objetivos.
por João Oliveira
25-09-2021
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