Gestão Desportiva das Modalidades em Portugal - por António Pereira


O Papel Estrutural do Diretor Desportivo: Da Tradição à Excelência


Parte 1 – Os modelos europeus e americanos

 

A evolução do desporto tem vindo a acelerar a um ritmo exponencial, levando os gestores das organizações desportivas a procurar constantemente novas formas de obter vantagem competitiva.

Ao analisar modelos de gestão no topo da indústria do desporto e do entretenimento, verificamos que as principais organizações internacionais — desde o futebol europeu até às grandes ligas profissionais dos Estados Unidos (NBA, NFL, MLB, NHL), passando por ligas de diversas modalidades europeias — partilham um traço comum: estruturas claras, hierarquizadas e fortemente profissionalizadas.

Nestes contextos, a liderança executiva e desportiva é geralmente assegurada pelo Presidente ou CEO, seguido de um Vice-Presidente responsável pela(s) modalidade(s), podendo existir ainda um Diretor de Operações (Operations, para - no caso do basquetebol ou futebol) e um Diretor Desportivo (General Manager).

Este último desempenha um papel central na implementação da estratégia desportiva, na construção do plantel, na gestão dos recursos humanos especializados e na preservação da coerência da cultura competitiva.

1. - Comparação dos Modelos Europeus

Embora cada país apresente especificidades próprias, verifica-se uma convergência na existência de uma figura central: o Diretor Desportivo, dotado de autoridade e responsabilidade sobre toda a área desportiva.

1.1.  - Espanha (La Liga e ACB)

  • Elevado grau de profissionalização;
  • Estruturas organizacionais inspiradas no modelo norte-americano;

Presidente Diretor-Geral Diretor Desportivo Treinador Principal.

O Diretor Desportivo assume um papel central, participando diretamente em:

  • Contratações e scouting; 
  • Planeamento da época e definição do quadro competitivo; 
  • Relação institucional com federações; 
  • Desenvolvimento e consolidação da cultura de jogo.

- Clubes como FC Barcelona, Atlético de Madrid e Real Madrid evidenciam uma separação formal clara entre gestão institucional e gestão desportiva.

 

1.2. - Alemanha (Bundesliga e BBL)

  • Estruturas fortemente orientadas para a eficiência e o planeamento estratégico; 
  • A figura do Sportdirektor ou Geschäftsführer Sport é essencial e prevista estatutariamente; 
  • Principais responsabilidades do Sportdirektor:

o   Planeamento desportivo e definição da estratégia competitiva;

o   Desenvolvimento e valorização de jogadores;

o   Estruturação e otimização de processos internos;

o   Relação institucional com a federação;

o   Controlo de qualidade e coerência da cultura desportiva;

  • O treinador principal concentra-se exclusivamente na vertente técnica e competitiva, sem acumular funções de gestão estratégica.

1.3. - Inglaterra (Premier League e ligas profissionais)

  • Modelo híbrido, mas sempre com a presença do Diretor Desportivo; 
  • Nos clubes mais bem estruturados, o treinador principal (head coach) não decide isoladamente sobre contratações: trabalha em estreita colaboração com o Diretor Desportivo, que define políticas, perfis de jogadores e prioridades estratégicas; 
  • Existe uma forte cultura de accountability, em que cada função é avaliada segundo métricas claras e objetivas.

1.4. - França (Ligue 1, LNB)

  • Modelo organizacional semelhante ao alemão:

Presidente Diretor-Geral Diretor Desportivo Comissão Técnica

  • A função de Diretor Desportivo é fortemente valorizada pela Federação Francesa, sendo considerada um elemento estrutural da boa governação e da profissionalização dos clubes.

1.5. - Países Nórdicos

  • Estruturas organizacionais tendencialmente mais horizontais, mas sempre com a presença de um Diretor Desportivo especializado por modalidade;
  • Forte ênfase em processos estruturados, data-driven decision-making e estratégias de desenvolvimento a longo prazo.

 

Parte 2 – A Realidade Portuguesa das Modalidades 

 

2. - Realidade Portuguesa nas Modalidades

Em Portugal, observa-se frequentemente um afastamento das boas práticas europeias:

  • Os principais clubes — umbilicalmente ligados ao futebol — organizam-se sob a tutela de um Diretor-Geral das Modalidades, função transversal e não especializada;
  • Os modelos estruturais variam significativamente: em alguns casos existe um vice-presidente responsável pelas diferentes modalidades, que trabalha em articulação com um ou mais diretores-gerais; noutros, um vogal assume a coordenação, cabendo ao diretor-geral a liderança desportiva;
  • Na cadeia de comando podem ainda surgir um diretor ou coordenador da modalidade e, na base da estrutura, um team manager — herdeiro da antiga figura do seccionista —, que acompanha diariamente a equipa e assegura tarefas de organização administrativa e logística;
  • A figura do Diretor Desportivo está, na maioria dos casos, ausente;
  • Apenas em alguns clubes, onde uma modalidade poderá assumir maior peso desportivo individualizado, já se observa a presença de um Diretor Desportivo (exceções que confirmam a regra).

Principais consequências:

  • Falta de controlo na execução do plano estratégico da modalidade;
  • Dificuldade em assegurar que a cultura organizacional se reflita no trabalho diário das equipas;
  • Ausência de conhecimento técnico aprofundado e de capacidade de avaliação específica por modalidade;
  • Menor acompanhamento diário das equipas;
  • Débil ligação ao ecossistema competitivo (federações, associações, regulamentos);
  • Incoerência estrutural face às práticas do futebol nacional e das principais ligas europeias.
 

3. - Questões Estruturais Relevantes

Coloca-se então uma questão: se os modelos de referência mundial — principais ligas europeias e norte-americanas — integram sempre um Diretor Desportivo como garante da estratégia da modalidade…

  • Porque razão as modalidades em Portugal mantêm modelos divergentes, menos especializados e com menor responsabilização?
  • Que vantagens existem num modelo em que o treinador assume uma influência estruturante, sem ser complementado por uma liderança desportiva especializada?
  • E, no caso de despedimento do treinador, quem assegura a continuidade da cultura do clube, da gestão estratégica da organização e do programa de desenvolvimento de jogadores?

A ausência de alinhamento com organogramas de referência internacionais pode sugerir falta de visão estratégica e comprometer a sustentabilidade competitiva a médio e longo prazo.

 

Parte 3 - Proposta de Organograma Padrão para a Gestão de Modalidades

 

4. Proposta de Organograma Padrão para a Gestão de Modalidades

Apresenta-se, em seguida, um organograma de referência, concebido em alinhamento com as boas práticas internacionais e adaptável à realidade portuguesa. Este modelo procura garantir uma gestão integrada, transparente e eficiente das modalidades desportivas.

 

Organograma Padrão

 

4.1. Presidência / Direção Institucional

  • Responsável pela definição da visão estratégica global do clube;
  • Assegura a governação, a ética, a sustentabilidade financeira e a transparência organizacional;
  • Representa o clube junto de parceiros, federações e entidades externas, reforçando a credibilidade institucional.

 

4.2. Diretor-Geral / CEO do Clube nas Modalidades

  • ·        Coordena todas as áreas operacionais relacionadas com as modalidades;

  • ·        Garante a execução da estratégia aprovada pela Presidência;

  • ·        Atua como elo de ligação entre a Direção Institucional e os departamentos desportivos, promovendo a coerência e a eficiência organizacional.

 

4.3 – Liderança do departamento de cada modalidade

  • ·       Diretor Desportivo

o   Responsável pela gestão desportiva e operacional da modalidade específica, respeitando a identidade e alinhamento das diversas equipas e departamentos;

o   Construir a equipa, definindo saídas e renovação de jogadores e staff, bem como o desenvolvimento de atletas, ligação entre formação e equipa principal e scouting;

o   Coordena a equipa técnica e assegura a articulação com o Diretor-Geral, garantindo alinhamento estratégico e operacional.

ÁREA DESPORTIVA (modalidades)

 

4.2.1. - Diretor-Geral das Modalidades / Diretor de Operações da Modalidade (Sports Operations Manager / Director)

O Diretor-Geral das Modalidades desempenha um papel central na estrutura organizacional do clube.

Compete-lhe contribuir para a definição da visão estratégica de longo prazo, assegurando que cada decisão se inscreve num horizonte de sustentabilidade e crescimento.

Para além disso, assume uma função essencial na coordenação, gestão e desenvolvimento de todas as atividades desportivas, garantindo que cada modalidade se integra de forma harmoniosa no projeto global da instituição.

A sua missão passa também por assegurar o alinhamento entre o ADN do clube e as especificidades próprias de cada modalidade, promovendo coerência institucional sem comprometer a identidade competitiva que distingue cada área.

 

Principais responsabilidades do Diretor-Geral das Modalidades:

  • Coordenar o conjunto das modalidades, garantindo uma gestão integrada, eficiente e transparente;
  • Ser responsável por processos internos, regulamentos, logística e pela relação institucional com federações e associações;
  • Garantir a ligação entre a visão institucional e a estratégia desportiva, promovendo alinhamento entre objetivos macro e especificidades de cada modalidade;
  • Facilitar a comunicação entre modalidades, fomentando sinergias e evitando redundâncias;
  •  Gerir os orçamentos de cada modalidade, controlando custos, maximizando a rentabilidade e assegurando o uso eficiente dos recursos;
  • Selecionar, contratar e avaliar o desempenho dos diretores desportivos, garantindo qualidade, profissionalismo e accountability;
  • Inspirar e liderar as equipas, promovendo a cultura e os valores do clube; 
  • Supervisionar a gestão das infraestruturas, assegurando condições adequadas para treino e competição; 
  • Garantir que todas as modalidades operam em conformidade com regulamentos federativos e legislação em vigor;

 

4.3.1. - Diretor Desportivo (Sporting Director/General Manager)

A função de Diretor Desportivo sofreu uma evolução significativa, passando de um perfil predominantemente administrativo e operacional para um papel de liderança transformacional.

Atualmente, esta posição exige não apenas clareza estratégica e conhecimento profundo da modalidade, mas também elevada literacia em comunicação, competências interpessoais, domínio dos regulamentos e inteligência emocional.

O Diretor Desportivo deve ser capaz de gerir a si próprio e aos outros, atuando sob pressão, liderando com propósito e transmitindo confiança.

Tradicionalmente, o Diretor Desportivo é responsável pelo desempenho desportivo da organização, desempenhando um papel central ao orquestrar a visão de médio e longo prazo, integrar departamentos, proteger a cultura institucional e garantir a continuidade em contextos de mudança. A sua ação contribui para o sucesso competitivo do clube e para a salvaguarda dos investimentos realizados.

A adoção de novos modelos de gestão desportiva pode ser entendida como uma inovação organizacional. Quando bem-sucedida, esta rutura confere às instituições uma vantagem competitiva face às organizações que permanecem ancoradas em práticas tradicionais.

Uma das principais razões para a contratação de um Diretor Desportivo profissional reside na necessidade de reduzir a turbulência em torno da equipa — jogadores e treinadores — assegurando continuidade na cultura, filosofia de gestão, utilização de recursos e demais áreas de intervenção.



Parte 4 – A construção da equipa pelo Diretor Desportivo

 

5. - Diretor Desportivo

O Diretor Desportivo no basquetebol é um profissional dotado de uma ampla mescla de competências. Assume funções executivas, avalia e julga talento, desempenho e resultados, mas, acima de tudo, trabalha com pessoas, procurando retirar delas o que de melhor que têm para oferecer. O seu papel exige uma liderança capaz de motivar, valorizar e unir o grupo de trabalho em torno dos objetivos definidos.

Entre as suas competências, a mais visível será, sem dúvida, a capacidade de construir um plantel competitivo que permita alcançar vitórias — este é o grande desafio que distingue o Diretor Desportivo.

Ao pensar na construção de um plantel, é necessário considerar múltiplos aspetos e variáveis que assegurem a formação de uma unidade sólida e coesa: uma verdadeira equipa.

 

5.1. - Construir uma equipa

O Diretor Desportivo deve preocupar-se com o crescimento positivo da equipa e investir no desenvolvimento dos jogadores. A experiência do treinador é um recurso valioso que o ajudará a avançar na construção de um sucesso sustentável a longo prazo.

Devemos manter o entusiasmo em continuar a trabalhar com os atletas, apoiando o seu crescimento e desenvolvimento. Como equipa, é essencial assumir um compromisso com uma abordagem colaborativa, capaz de criar um ambiente de responsabilidade e de trabalho árduo, que nos permita melhorar a cada dia.

 

Por isso:

- Precisamos de jogadores que se integrem na equipa;

- Com potencial para evoluir, crescer e serem competitivos;

- Que contribuam para a construção da cultura da equipa;

- Que se identifiquem com uma cultura de excelência;

- Ganhar nunca é fácil — exige esforço e resiliência;

- Valorizamos jogadores que apreciem a competição, pois esta é a essência do desporto, onde são testados física, mental e emocionalmente, e onde o equilíbrio é fundamental;

- Contudo, quando os jogadores se concentram apenas em competir, tornam-se reativos. O que procuramos são atletas que tenham como foco o seu desenvolvimento, tornando-se inovadores em campo;

- O objetivo não é alcançarem a perfeição, mas sim serem melhores dia após dia. 

Quando pensamos na escolha dos diferentes jogadores, temos de considerar a base de partida:

- O jogador integra uma equipa que já possui um modelo de jogo, demonstrando competências para interpretar e desenvolver esse modelo ou, pelo contrário, é contratado sobretudo pela sua capacidade de marcar pontos ou dominar nos ressaltos, sendo nesse caso a filosofia de jogo ajustada em função das suas características?

 

5.1.1. - Caracterização de um jogador/atleta

Ao caracterizar um jogador, devemos identificar:

- A sua estrutura mental;

- A sua capacidade física;

- A sua habilidade com a bola (skills);

- O seu conhecimento do jogo;

- O nível da sua inteligência emocional;

 

5.1.2. - O que se pretende perceber em relação ao jogador

- Que tipo de compromisso assume com o sucesso individual e coletivo;

- Que tipo de contributo acrescenta à equipa;

- Se é um verdadeiro competidor;

- Se é um ganhador;

- O que já conquistou na carreira;

- Se demonstra consistência;

- Se exerce liderança;

- Se é uma voz influente no balneário;

- Se os outros jogadores o seguem.

 

5.1.3. – Ganhar competições é difícil:

- É essencial ter jogadores mentalmente competitivos;

- Que saibam vencer;

- Que não desistam;

- Que joguem como campeões, com a atitude competitiva de campeões;

- Que não demonstrem ter medo do momento, do local ou do adversário;

- Que integrem um núcleo suficientemente sólido para enfrentar a época com sucesso.


5.1.4. - Perguntas finais a colocar

- Este jogador encaixa-se no modelo de jogo do treinador?

- Acrescenta qualidade à equipa?

- Faz a diferença?

- É realmente uma mais-valia para a equipa?

- Será capaz de criar empatia com sócios, adeptos e fans?

- Temos de saber dizer ‘não’ se o jogador não acrescenta valor à equipa;

Resumindo

Disciplina, ética de trabalho, talento e espírito competitivo são pilares fundamentais para o sucesso.

 

O jogo revela sempre a verdade!

- Sobre jogadores, equipas, treinadores e dirigentes

 

Notas:

1 – Neste artigo, a forma como se dividiram as atitudes comportamentais dos jogadores foi considerada adequada para os objetivos da mensagem.

2 – Não é abordada a caracterização dos jogadores em termos técnicos.

 

Jorge Jesus, (citado em ESPN Brasil, 2019,10,10) ele dava uma ênfase muito grande na parte tática. Ele costumava dizer: 'Do pescoço para baixo, os jogadores são todos iguais. A diferença está do pescoço para cima. O que diferencia o bom do excelente é a cabeça'.”



Conclusão

A análise comparativa entre os modelos de gestão europeus e norte-americanos nas organizações desportivas de topo evidencia (organizações de referência mundial (futebol europeu e ligas americanas como NBA, NFL, NHL e MLB), um denominador comum incontornável: a profissionalização da estrutura, a clareza na cadeia de decisão e a existência de lideranças desportivas especializadas, com responsabilidades bem definidas e sujeitas a métricas de desempenho objetivas.

Em ambos os contextos, o sucesso competitivo sustentado resulta menos da improvisação e mais da coerência organizacional, do planeamento estratégico e da separação funcional entre governação institucional, gestão executiva e liderança desportiva.

Nos modelos europeus mais consolidados, bem como nas grandes ligas profissionais dos Estados Unidos, o Diretor Desportivo (ou General Manager) assume um papel nuclear na arquitetura da organização. É ele o garante da estratégia desportiva, da continuidade da cultura competitiva e da coerência entre visão de longo prazo e decisões de curto prazo.

O treinador principal concentra-se na performance técnica e tática, enquanto o Diretor Desportivo protege o projeto global da modalidade, assegurando estabilidade mesmo em contextos de mudança de staff técnico.

Em contraponto, a realidade portuguesa das modalidades revela, de forma recorrente, estruturas menos especializadas, com funções difusas e excesso de dependência do treinador enquanto figura estruturante.

A ausência sistemática de Diretores Desportivos por modalidade fragiliza o controlo estratégico, dificulta a avaliação objetiva do desempenho e compromete a continuidade do projeto desportivo.

Este afastamento das boas práticas internacionais traduz-se numa menor capacidade de criar vantagem competitiva sustentável.

Neste enquadramento, importa distinguir claramente os papéis e áreas de intervenção:

  • O Diretor-Geral das Modalidades, atua ao nível macro, garantindo alinhamento institucional, gestão de recursos, cumprimento regulatório, articulação entre modalidades e ligação à Presidência. A sua intervenção é transversal, estratégica e orientada para a eficiência organizacional.
  • O Diretor Desportivo, por sua vez, é o líder especializado da modalidade. Compete-lhe definir a identidade competitiva, construir e gerir o plantel, articular formação e alto rendimento, liderar o scouting, apoiar o treinador e assegurar que a cultura do clube se manifesta diariamente no trabalho da equipa.


No que respeita à construção de uma equipa competitiva de excelência, o Diretor Desportivo deve assumir prioridades claras e não negociáveis:

  1. Definição de uma identidade e cultura competitiva – antes dos nomes, importa o “como”: valores, ética de trabalho, exigência e compromisso coletivo.
  2. Alinhamento entre modelo de jogo e perfil de jogadores – o talento individual só gera rendimento quando integrado num modelo coerente e compreendido por todos.
  3. Avaliação holística do atleta – não apenas competências técnicas e físicas, mas também estrutura mental, inteligência emocional, capacidade de liderança e influência no grupo.
  4. Foco no potencial e no desenvolvimento – jogadores com margem de crescimento, mentalidade de aprendizagem e predisposição para evoluir diariamente.
  5. Criação de um núcleo duro competitivo – atletas mentalmente resilientes, habituados à pressão, capazes de liderar nos momentos críticos.
  6. Capacidade de decisão estratégica – saber dizer “não” a jogadores que não acrescentam valor global, mesmo que apresentem indicadores individuais atrativos.
  7. Continuidade e estabilidade do projeto – proteger a equipa da turbulência externa e garantir coerência entre épocas, independentemente de resultados conjunturais.

Em síntese, tanto nos modelos europeus como no americano, a excelência competitiva não é um acaso, mas o resultado de estruturas profissionais, lideranças especializadas e decisões estratégicas consistentes.

A afirmação plena do Diretor Desportivo nas modalidades portuguesas não deve ser vista como um custo adicional, mas como um investimento estrutural indispensável para elevar o nível competitivo, reforçar a sustentabilidade organizacional e aproximar o desporto nacional dos padrões internacionais de referência.

28/12/2025






 

António Pereira é ex-jogador de basquetebol da Associação Académica de Coimbra, e do Clube Académico de Coimbra (CAC), pelo qual se sagrou bicampeão nacional. Foi igualmente treinador da equipa sénior de basquetebol da Associação Académica de Coimbra (AAC), conduzindo-a à conquista do título de campeão nacional. Nesse período, liderou ainda uma digressão da equipa pelos Estados Unidos da América, onde competiu frente a universidades norte-americanas. Em 1984, orientou a equipa de juniores do Sport Clube Conimbricense alcançando a Fase Final nacional.

Foi pioneiro em Portugal na observação, análise e caracterização de jogadores de basquetebol, tendo a sua atividade de aconselhamento contribuído de forma decisiva para a integração de várias centenas de atletas no campeonato português e em competições africanos. Muitos destes jogadores alcançaram elevados níveis de reconhecimento, através da conquista de títulos, do cumprimento de objetivos coletivos e da obtenção de posições de relevo nos principais rankings estatísticos da modalidade.

É licenciado em Comunicação Organizacional, com especializações em Comunicação de Marketing e Comunicação de Relações Públicas, e detém o grau de mestre em Marketing e Comunicação. A sua dissertação de mestrado incidiu sobre a temática “A Responsabilidade Social das Organizações Desportivas e dos Atletas Profissionais: um estudo em Portugal e nos Estados Unidos da América”.

Desenvolve atividade regular como autor e analista na área da Gestão do Desporto, colaborando com diversos órgãos de comunicação social, entre os quais A Bola, Diário de Coimbra e As Beiras, bem como em plataformas digitais dedicadas ao basquetebol e à gestão desportiva.

Ao longo da época de 2019/2020, publicou um estudo de referência sobre o basquetebol português, no qual analisou diversas dimensões da gestão da modalidade, com particular enfoque na comunicação e na análise do jogo, designadamente nomeadamente a afluência média de adeptos por partida, variações pontuais de resultados, bem como tempo de utilização de jogadores portugueses e estrangeiros, entre outros relevantes.

 

Links:

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https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/6174823/campeao-brasileiro-pelo-flamengo-revela-como-e-trabalhar-com-jorge-jesus-quer-gracinha-vai-para-praia

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